O cineasta, professor universitário e crítico de cinema Jean-Claude Bernardet, uma das maiores referências da cultura audiovisual no Brasil, morreu nesta sexta-feira (11), aos 88 anos, em São Paulo. Ele enfrentava um câncer de próstata reincidente.
Leia também:
Criança que morreu no cânion é velada neste sábado (12)
Bernardet foi uma das figuras centrais na consolidação dos estudos cinematográficos no país. Além de co-roteirista de obras emblemáticas do cinema nacional, também atuou como docente nos cursos de cinema da Universidade de Brasília (UnB), da qual foi um dos fundadores, e na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).
Ao longo da carreira, ele teve papel fundamental na estruturação e fortalecimento da Cinemateca Brasileira. Em 1988, doou seu acervo pessoal à instituição, formando o “Arquivo Jean-Claude Bernardet”.
Jean-Claude Bernardet marcou gerações de cineastas
A Cinemateca Brasileira publicou nota de pesar, destacando Bernardet como “figura central e incontornável do pensamento e da produção cultural brasileira, na historiografia do cinema nacional e parceiro fundamental”.
O cineasta assinou roteiros de produções como O Caso dos Irmãos Naves (1967), Brasília: Contradições de uma Cidade Nova (1968) e Um Céu de Estrelas (1995). Também dirigiu títulos marcantes como Paulicéia Fantástica (1970) e Eterna Esperança (1971), além de atuar em longas como Filmefobia (2009), Periscópio (2013) e Fome (2015).
Destaque ainda para seus ensaios audiovisuais São Paulo, Sinfonia e Cacofonia (1994) e Sobre Anos 60 (1999), que reafirmaram seu perfil de intelectual inquieto e inovador.
Recentemente, ele participou como curador da mostra “Carta Branca a Jean-Claude Bernardet”, realizada em dezembro de 2023. O evento exibiu seis filmes escolhidos por ele, reafirmando sua contribuição ao cinema até os últimos dias.
Despedida na Cinemateca Brasileira
O velório de Bernardet acontece neste domingo (13), na Cinemateca Brasileira, localizada na Vila Mariana, das 13h às 17h. A despedida ocorrerá no mesmo local que simboliza parte de seu legado e paixão pela preservação da memória audiovisual do país.
