A tarifa de Trump sobre produtos europeus, anunciada neste sábado (12), provocou uma forte reação entre autoridades da União Europeia. O presidente dos Estados Unidos prometeu aplicar uma taxa de 30% às importações do bloco a partir de 1º de agosto, caso não haja acordo.
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Líderes defendem negociação, mas não descartam reação
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que pretende evitar uma escalada, mas não descarta contramedidas. “Tomaremos todas as medidas necessárias para proteger os interesses da UE, inclusive com respostas proporcionais”, declarou.
Além disso, líderes como o francês Emmanuel Macron e a ministra da Economia da Alemanha, Katherina Reiche, reforçaram a necessidade de diálogo, mas alertaram para os prejuízos bilaterais caso as tarifas entrem em vigor.
A Espanha também se posicionou de forma semelhante. O Ministério da Economia declarou apoio às negociações, porém deixou claro que o país está pronto para responder à altura, se necessário.
Relação comercial pode sofrer impacto bilionário
Segundo dados do U.S. Census Bureau, o déficit comercial dos EUA com a UE chegou a US$ 235 bilhões em 2024. Em contrapartida, o bloco europeu argumenta que o superávit dos EUA em serviços equilibra parte desse resultado.
Entidades como a Câmara Americana de Comércio para a UE alertam que essa disputa pode comprometer até US$ 9,5 trilhões em negócios, prejudicando a principal parceria comercial do planeta.
Especialistas como Dirk Jandura, da BGA, e Cyrus de la Rubia, do Hamburg Commercial Bank, defendem que a UE mantenha firmeza nas negociações. Eles destacam que as tarifas terão impacto direto também sobre os consumidores e empresas norte-americanas.
Assim, analistas do Banco Central Europeu estimam que uma tarifa de 20% pode reduzir o crescimento da zona do euro em até 1 ponto percentual, com efeitos visíveis até 2027.
