O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quinta-feira (31) que o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos pode afetar até 35,9% das exportações brasileiras, mesmo com cerca de 700 produtos isentos da medida.
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Alckmin destacou que o governo está finalizando um plano emergencial para proteger os setores mais atingidos, com foco na manutenção de empregos.
“Vamos nos debruçar nesses 35% e preservar empregos. Vamos apoiar os setores mais afetados, como pescado, mel e frutas”, disse.
Medida entra em vigor em 6 de agosto
A tarifa foi oficializada pelo presidente Donald Trump e entra em vigor no próximo dia 6 de agosto. Apesar de um tom mais ameno dos EUA, com a inclusão de 700 produtos na lista de exceções, diversos itens fundamentais da pauta de exportações brasileiras seguem na taxação, como café, frutas e carnes.
Ficaram de fora da tarifa produtos como suco de laranja, combustíveis, fertilizantes, minérios, aeronaves e energia, que são considerados essenciais à economia americana.
“A negociação ainda não está encerrada. Vamos lutar para reduzir os impactos e ampliar a lista de isenções, incluindo frutas e carne bovina”, afirmou Alckmin.
Governo prepara plano de resposta
O plano do governo federal, que ainda precisa ser aprovado pelo presidente Lula, inclui medidas financeiras, tributárias e creditícias. A proposta também prevê incentivos à diversificação de mercados internacionais.
Alckmin reforçou que o Brasil já abriu 398 novos mercados externos nos últimos anos e aposta em acordos comerciais com a União Europeia, Noruega, Suíça, Islândia e Lichenstein para ampliar as exportações.
“Temos que correr atrás. O Brasil é protagonista na segurança alimentar, energética e climática”, completou.
Soberania em pauta
O vice-presidente também fez críticas à motivação política por trás da medida norte-americana e defendeu a soberania brasileira.
“Não é possível um poder interferir em outro. A democracia e a separação dos poderes são inegociáveis”, declarou.
Ele comparou a situação a uma possível retaliação brasileira à Suprema Corte dos EUA, caso esta julgasse um ex-presidente americano. Para Alckmin, essa interferência externa fere o Estado de Direito.
O governo brasileiro segue dialogando com autoridades norte-americanas e representantes de empresas de tecnologia para tentar reverter parte das tarifas.
