Entrou em vigor nesta terça-feira (6) a tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros, afetando diretamente setores da economia potiguar. No Rio Grande do Norte, o setor da pesca foi um dos primeiros a reduzir suas operações por causa da taxação.
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Governo do RN adota ações estratégicas contra tarifas dos EUA sobre exportações
Atualmente, 12 empresas no estado trabalham com exportação de pescados. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Pesca do RN (SINDIPESCA-RN), Arimar França Filho, apenas duas dessas empresas poderão ser beneficiadas pelas ações emergenciais anunciadas pelo Governo do Estado.
Governo do RN anuncia medidas emergenciais
Na tentativa de conter os prejuízos, o Governo do RN apresentou, na última sexta-feira (1º), um pacote de ações estratégicas. Entre elas, está a ampliação dos incentivos fiscais para empresas inscritas no Programa de Estímulo ao Desenvolvimento Industrial (PROEDI), com ajuste proporcional ao volume exportado para os Estados Unidos.
Além disso, o governo pretende intensificar a busca por novos mercados na Ásia e América Latina, aproveitando acordos comerciais do Mercosul com países como Índia, Chile, Egito e Israel. A proposta também inclui estímulos à inovação e à inserção dos produtos potiguares em cadeias globais de valor.
Prejuízos e reivindicações do setor produtivo
O setor da pesca teme demissões e cobra isonomia na tributação estadual. “Pedimos isonomia do nosso ICMS com o do Ceará, que é nosso principal concorrente no Nordeste”, ressaltou Arimar França.
De acordo com o secretário da Fazenda do RN, Carlos Eduardo Xavier (Cadu Xavier), outros setores como o salineiro, o de rações animais, balas e caramelos também devem sentir os efeitos da nova política tarifária americana. “A intenção principal é de que sejam mantidos os empregos”, reforçou.
Governadores do Nordeste cobram apoio federal
Na terça-feira, governadores do Nordeste se reuniram com o presidente Lula, em Brasília, durante encontro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (Conselhão). O objetivo foi buscar soluções conjuntas entre estados e União para preservar empregos e apoiar o setor produtivo.
Cadu Xavier ressaltou que, até junho, o RN exportou mais de US$ 67 milhões para os EUA — o equivalente a mais de R$ 300 milhões. “Essas são exportações que não vão acontecer nesse segundo semestre. Por isso, precisamos garantir a competitividade dos nossos produtos no mercado local”, finalizou.
