O sambista Arlindo Cruz morreu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos. Desde 2017, ele enfrentava graves sequelas de um AVC isquêmico, que comprometeram sua fala e mobilidade. Nos últimos anos, passou por internações frequentes e chegou a sofrer uma parada cardíaca de 15 minutos, sendo reanimado pela equipe médica.
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Até o momento, não há informações sobre o velório e sepultamento.
Arlindo Cruz nasceu no Rio de Janeiro, em 1958, e foi criado em Madureira — bairro homenageado por ele na canção “Meu Lugar”. Filho de músicos, ganhou seu primeiro cavaquinho ainda na infância. Aos 15 anos, ingressou na escola preparatória de Cadetes do Ar, em Barbacena (MG), mas nunca abandonou a música.
De volta ao Rio, passou a frequentar as rodas de samba do Cacique de Ramos. Lá, conheceu nomes como Beth Carvalho, Jorge Aragão e Sombrinha — este último se tornaria seu parceiro de composições ao longo da vida.
Ainda jovem, teve músicas gravadas por grandes nomes do samba, como “Grande Erro” (Beth Carvalho) e “Novo Amor” (Alcione), consolidando-se como um dos maiores compositores do país.
Carreira no Fundo de Quintal e como solo
Em 1981, Arlindo Cruz entrou para o grupo Fundo de Quintal, substituindo Jorge Aragão. Permaneceu por 12 anos, até seguir carreira solo em 1993. Ao todo, lançou 24 álbuns, incluindo colaborações com Sombrinha. Foi indicado cinco vezes ao Grammy Latino e venceu o Prêmio da Música Brasileira em 2015.
Ele também foi um dos principais autores de sambas-enredo no Rio de Janeiro, assinando composições para escolas como Império Serrano, Vila Isabel e Grande Rio. Arlindo ganhou quatro vezes o prêmio Estandarte de Ouro de Melhor Samba-Enredo.
Mesmo debilitado após o AVC, o cantor foi homenageado pela Império Serrano no Carnaval de 2023 com o enredo “Lugares de Arlindo”. Ele desfilou em um trono cercado por amigos e familiares.
Arlindo Cruz deixa a esposa, Babi Cruz, e dois filhos: o cantor Arlindinho e a influenciadora Flora Cruz.
