Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado nesta segunda-feira (6) indica que o Brasil pode obter ganhos de até US$ 7,8 bilhões caso avance a negociação com os Estados Unidos sobre tarifas adicionais aplicadas a produtos brasileiros.
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A análise considerou 1.908 produtos listados na Ordem Executiva nº 14.346, de 5 de setembro, que inclui tarifas recíprocas de 10% e medidas setoriais.
Na manhã desta segunda, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump conversaram por telefone. Lula solicitou a revogação da tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, enquanto Geraldo Alckmin e o secretário de Estado americano Marco Rubio foram designados como interlocutores para os próximos passos.
Impacto para a indústria brasileira
Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, o avanço nas tratativas representa recuperação de espaço comercial, previsibilidade e competitividade para as exportações, beneficiando diretamente a indústria e o emprego.
“O que está em jogo não é um ganho extra, mas a correção de distorções que afetam a indústria brasileira”, afirmou Alban.
Em setembro, a CNI liderou uma missão empresarial a Washington com cerca de 130 empresários para sensibilizar o governo norte-americano sobre os efeitos do tarifaço e a necessidade de negociações oficiais.
Produtos beneficiados e condições
Dos 1.908 produtos do anexo PTAAP, o Brasil exportou 526 itens para os EUA, detalhados em 819 códigos de dez dígitos. Entre os produtos mais relevantes estão:
Café e cacau
Frutas tropicais
Produtos metálicos
Aeronaves e peças
Medicamentos genéricos e insumos farmacêuticos
A ordem executiva define que algumas tarifas poderão ser reduzidas ou eliminadas mediante compromissos econômicos ou de segurança, especialmente para produtos direcionados à aviação civil.
Segundo a CNI, o anexo corresponde a 18,4% das exportações brasileiras aos EUA em 2024, somando-se aos 26,2% já isentos de tarifas adicionais.
