O governo brasileiro trabalha para viabilizar o encontro Lula-Trump nas próximas semanas. A decisão ganhou força após o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, relatar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) os resultados de sua reunião “cordial e pragmática” com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em Washington, D.C.
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Reunião focou em pautas econômicas
Segundo fontes do governo, o encontro entre Vieira e Rubio, realizado na quinta-feira (16), teve foco em temas econômicos e comerciais, deixando de lado questões políticas internas. Essa estratégia, conforme diplomatas brasileiros, tem fortalecido a relação entre Brasil e Estados Unidos, com avanços concretos na cooperação bilateral.
O ministro relatou que a conversa ocorreu em clima de cooperação e estabilidade, com disposição de ambas as partes em retomar o diálogo em bases técnicas. A partir desse cenário positivo, o Planalto pretende acelerar o encontro Lula-Trump, ainda sem data definida.
Há três possibilidades para a reunião: durante a Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia, entre 25 e 27 de outubro; em Brasília, entre 11 e 19 de novembro, durante o intervalo da COP30; ou na Cúpula das Américas, marcada para 4 e 5 de dezembro, na República Dominicana.
Diplomacia brasileira tenta evitar ruídos políticos
Apesar do otimismo, a presença de Lula na Cúpula das Américas ainda é incerta. O governo brasileiro vê com preocupação a ausência de convites a Cuba, Venezuela e Nicarágua, países historicamente incluídos no fórum. Essa exclusão gerou desconforto entre líderes latino-americanos e pode afetar a decisão de participação do Brasil.
Fontes do Itamaraty afirmam que o objetivo é aproveitar o momento favorável das relações com Washington para evitar ruídos políticos que prejudiquem o diálogo direto entre Lula e Trump.
Assim, o relatório entregue a Lula destacou que a reunião não abordou temas sensíveis, como Brics, moeda alternativa ao dólar ou menções ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O foco, segundo as fontes, foi estritamente técnico e comercial — um indicativo de que as relações bilaterais seguem caminho de normalização e amadurecimento diplomático.
