O Dezembro Laranja, campanha da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de pele. No Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o tema faz parte da rotina assistencial, com ações de educação em saúde, acompanhamento especializado e atualização constante das práticas diagnósticas.
Leia também:
Câncer de pele: exposição ao sol e pele clara estão entre os principais fatores de risco
A dermatologista Vivianne Lira destaca que a campanha aumenta a percepção de risco e incentiva a busca precoce por atendimento. Segundo ela, o câncer de pele não melanoma é o tipo mais comum no Brasil e no mundo.
Tipos de câncer e fatores de risco
O câncer de pele surge quando ocorre crescimento anormal das células, geralmente associado à exposição excessiva aos raios ultravioleta. O carcinoma basocelular é o tipo mais frequente e aparece principalmente em áreas expostas ao sol. Já o carcinoma espinocelular pode surgir em cicatrizes, feridas crônicas e regiões muito expostas.
O melanoma, embora menos comum, é o mais agressivo e exige atenção devido à rápida evolução.
Segundo Lira, pessoas com pele, cabelos ou olhos claros, trabalhadores expostos ao sol e transplantados de órgãos sólidos devem redobrar os cuidados.
Sinais de alerta
Identificar alterações na pele é essencial. A médica orienta que qualquer mudança persistente deve ser investigada. Entre os principais sinais, estão:
ferida que não cicatriza;
lesão que sangra facilmente;
crescimento rápido;
pinta com cor ou bordas irregulares.
Mesmo assim, a avaliação médica continua sendo indispensável, já que lesões iniciais podem se parecer com pintas comuns ou eczemas.
Prevenção e cuidados diários
Medidas simples reduzem o risco da doença. Vivianne Lira reforça o uso correto do protetor solar e hábitos complementares, como:
evitar exposição entre 10h e 16h;
usar óculos escuros, chapéus de aba larga e roupas com fator de proteção;
priorizar áreas de sombra;
reaplicar o protetor ao longo do dia.
Segundo ela, a radiação atinge a pele mesmo em dias nublados, e suor e água diminuem a proteção.
Avanços no diagnóstico no Huol-UFRN/Ebserh
O hospital incorpora tecnologias que ampliam as chances de detecção precoce. A dermatoscopia é uma das ferramentas que permitem identificar lesões suspeitas com maior precisão. Já o mapeamento de nevos ajuda a diagnosticar o melanoma em estágios iniciais.
Em alguns casos, quando a cirurgia não é viável, medicamentos orais podem ser indicados como alternativa terapêutica.
Mitos que ainda dificultam a prevenção
A dermatologista alerta para equívocos comuns, como acreditar que qualquer protetor solar funciona ou que uma única aplicação ao dia é suficiente. Ela reforça que o ideal é usar FPS 50 ou mais e optar por produtos de ampla proteção.
Outro mito recorrente é a falsa ideia de que peles escuras não precisam de protetor. “Todos os tipos de pele podem sofrer danos”, destaca.
Cuidado contínuo ao longo do ano
Vivianne Lira afirma que a prevenção deve ser constante, independentemente da campanha. Para ela, o Dezembro Laranja funciona como um lembrete anual para reforçar hábitos de proteção, identificar sinais precoces e procurar atendimento especializado sempre que necessário.






















































