O protesto contra Enel ganhou força na noite desse sábado (13) na Grande São Paulo após moradores enfrentarem até cinco dias consecutivos sem energia elétrica. Desde já, a mobilização expôs prejuízos financeiros, riscos à saúde e dificuldades básicas, como acesso à água e à comunicação. O problema começou após um forte vendaval derrubar milhares de árvores e danificar a rede elétrica, deixando mais de 2,2 milhões de imóveis sem luz em todo o estado.
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Segundo a Enel, concessionária responsável pelo fornecimento, 167.784 clientes permaneciam sem energia até o último balanço divulgado, sendo 117.569 apenas na capital paulista. Embora equipes atuem no reparo da rede, moradores afirmam que prazos anunciados não foram cumpridos, o que aumentou a revolta e levou aos protestos.
Protesto contra Enel reúne bairros da zona sul e região metropolitana
No bairro Jardim do Carmo, em Itapecerica da Serra, manifestantes bloquearam a Avenida José Simões Louro Júnior. Conforme relatos, a falta de luz provocou a perda de alimentos armazenados em geladeiras, como arroz, feijão, leite e carnes. Além disso, uma moradora afirmou que o marido, deficiente visual e dependente de insulina, corre risco de saúde, já que o medicamento exige refrigeração contínua.
Embora a energia tenha sido restabelecida brevemente na madrugada de quarta-feira (10), o serviço voltou a falhar poucas horas depois. Ainda assim, segundo moradores, a concessionária apenas orientou que aguardassem novos prazos, sem apresentar soluções concretas.
Durante o ato, manifestantes atearam fogo em vias públicas para chamar atenção das autoridades. A Polícia Militar acompanhou a ocorrência e, até o momento, não registrou feridos nem prisões.
No Jardim Emburá, extremo sul da capital, protestos também ocorreram nas regiões da Vila São Pedro e Marsilac. De acordo com moradores, a interrupção do fornecimento persiste desde terça-feira (9). Além da falta de luz, há ausência de sinal de telefonia, o que dificulta pedidos de socorro e comunicação com a concessionária.
Sem energia elétrica, bombas de poços artesianos deixaram de funcionar, obrigando famílias a retirar água manualmente. Como resultado, o impacto vai além do desconforto e atinge diretamente a subsistência das comunidades.
A moradora Belmira Alves relatou que o esposo, pequeno comerciante, precisou fechar o estabelecimento há cinco dias, acumulando prejuízos no freezer e perda de renda. Segundo ela, caso a situação persista, novos protestos devem ocorrer.
Justiça pressiona concessionária
Após a escalada das manifestações, a Justiça de São Paulo determinou que a Enel restabeleça imediatamente o serviço, sob pena de multa de R$ 200 mil por hora de descumprimento. Além disso, a decisão exige canais de atendimento funcionais, com fornecimento de protocolos e comprovantes digitais das reclamações.
Em nota, a empresa afirmou que vai normalizar o fornecimento em todo o estado até o fim deste domingo (14).





















































