A Cúpula do Mercosul reúne líderes regionais neste sábado (20), em Foz do Iguaçu, no Paraná. O encontro, que inicialmente teria caráter histórico, acabou marcado pelo adiamento da assinatura do acordo comercial entre o bloco sul-americano e a União Europeia. Desde já, a decisão frustrou expectativas, já que o pacto vinha sendo negociado há mais de 25 anos.
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Anteriormente, os países trabalhavam com a possibilidade de concluir o entendimento ainda em 2025. No entanto, um pedido formal da Itália levou ao adiamento da assinatura para o início de 2026. Embora o recuo tenha causado desconforto diplomático, o governo brasileiro avalia que o atraso pode ser curto e reversível.
Na sexta-feira, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o Brasil segue confiante em um desfecho próximo. Segundo ele, o acordo é estratégico não apenas para o Mercosul, mas também para a União Europeia e para o comércio global. “É uma sinalização de que é possível avançar com o livre mercado e com o multilateralismo”, declarou à imprensa.
Cúpula do Mercosul e o impasse com a União Europeia
Atualmente, o acordo enfrenta forte resistência em países europeus, especialmente entre agricultores. Esses grupos alegam que o pacto pode gerar concorrência desleal com produtos do Mercosul. Por outro lado, lideranças políticas do bloco europeu tentam manter o diálogo ativo para evitar um novo impasse prolongado.
Conforme declarações recentes, o chanceler alemão Friedrich Merz e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, demonstraram confiança na assinatura do acordo já em janeiro. No entanto, e ainda assim, o apoio interno na União Europeia segue insuficiente para a formalização imediata.
Além do debate com a UE, Alckmin também abordou outras frentes comerciais. Certamente, o governo brasileiro busca ampliar as linhas tarifárias de preferência com o México até julho. Segundo ele, uma nova lei mexicana que elevou tarifas para alguns parceiros terá impacto menor do que o previsto inicialmente.
Antes disso, estimava-se um prejuízo de US$ 1,6 bilhão em exportações. Contudo, após ajustes, o impacto real ficou em torno de US$ 600 milhões. Como resultado, o Brasil mantém otimismo nas negociações bilaterais.
