Uma fraude no sistema da Justiça provocou a liberação irregular de quatro detentos do Centro de Remanejamento Gameleira, em Belo Horizonte, no último sábado (20). Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, criminosos inseriram habeas corpus falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão, sistema mantido pelo Conselho Nacional de Justiça, o que possibilitou a soltura indevida.
Entre os presos liberados está Ricardo Lopes de Araújo, de 32 anos, conhecido como “Dom”. Ele é apontado pela Polícia Civil como líder de uma organização criminosa especializada em fraudes contra sistemas do Judiciário. A polícia havia prendido Dom no dia 10 de dezembro durante a operação Veredicto Sombrio, que investigou crimes digitais e manipulação de dados judiciais.
Fraude no sistema da Justiça permitiu soltura em cadeia
De acordo com as investigações, Dom comandava um grupo responsável por inserir e remover ilegalmente mandados de prisão e alvarás de soltura, além de atuar no bloqueio e desbloqueio indevido de veículos e valores apreendidos pelo Estado. Para isso, o grupo utilizava documentos falsificados e acessos indevidos aos sistemas judiciais.
Com o uso de um alvará de soltura falso, Dom deixou a unidade prisional. Em seguida, a mesma fraude no sistema da Justiça beneficiou outros três detentos que dividiam a cela com ele. Assim, também foram liberados Wanderson Henrique Lucena Salomão, Nikolas Henrique de Paiva Silva e Júnio Cezar Souza Silva.
Recaptura e mobilização das forças de segurança
Após identificar a irregularidade, as autoridades iniciaram imediatamente as buscas pelos foragidos. Na noite da última segunda-feira (22), as forças de segurança recapturaram Júnio Cezar Souza Silva. No entanto, os outros três seguem foragidos, com mandados de prisão em aberto.
Enquanto isso, a Polícia Civil e órgãos federais continuam atuando de forma integrada para localizar os demais envolvidos. As investigações também avançam para identificar como os sistemas foram acessados e quem colaborou com a fraude.
TJMG cancela ordens e apura responsabilidades
Em nota oficial, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais informou que identificou as ordens fraudulentas em menos de 24 horas após a inserção no sistema. Logo após a constatação, o Tribunal cancelou os habeas corpus falsos e restabeleceu os mandados de prisão.
Além disso, o TJMG instaurou procedimentos internos e encaminhou o caso para investigação criminal. Segundo o órgão, todas as medidas necessárias já estão em andamento para responsabilizar os envolvidos e evitar novas tentativas de fraude.
Por fim, o Tribunal reforçou a confiança nos sistemas administrados pelo Conselho Nacional de Justiça e destacou que mantém monitoramento constante para garantir a integridade das informações judiciais.






















































