A organização japonesa Nihon Hidankyo foi a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2024. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (11), pelo Comitê Norueguês, que homenageou o grupo por “seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares”. Eles receberão uma medalha de ouro e 11 milhões de coroas suecas (R$ 5,8 milhões).
A entrega do prêmio acontece no momento em que grandes potências, como Rússia, Estados Unidos e Coreia do Norte, estão modernizando seus arsenais nucleares. Com o aumento das ameaças em guerras já existentes, o Comitê lembrou que as armas nucleares são os equipamentos “mais destrutivos que o mundo já viu”.
“No próximo ano completam-se 80 anos desde que duas bombas atômicas americanas mataram cerca de 120.000 habitantes de Hiroshima e Nagasaki. Outros morreram de queimaduras e radiação nos meses seguintes. As armas nucleares de hoje têm um poder destrutivo muito maior. Eles podem matar milhões e impactariam o clima catastroficamente. Uma guerra nuclear poderia destruir nossa civilização”, disse.
Os organizadores do prêmio parabenizaram a Nihon Hidankyo, dizendo que o grupo forneceu milhares de relatos de testemunhas, emitiu resoluções e apelos públicos e enviou delegações anuais às Nações Unidas para reforçar a necessidade do desarmamento nuclear. Dezenas de conferências de paz também foram organizadas.
“Um dia, os Hibakusha não estarão mais entre nós como testemunhas da história. Mas com uma forte cultura de lembrança e compromisso contínuo, as novas gerações no Japão estão levando adiante a experiência e a mensagem das testemunhas. Eles estão inspirando e educando pessoas ao redor do mundo”, afirmaram os organizadores.
“Gostaríamos de homenagear todos os sobreviventes da bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki que, apesar do sofrimento físico e das memórias dolorosas, optaram por usar sua experiência custosa para cultivar a esperança e o engajamento pela paz. Eles nos ajudam a descrever o indescritível, a pensar o impensável e, de alguma forma, a compreender a dor e o sofrimento incompreensíveis causados pelas armas nucleares”, completaram.
*Com informações do SBT News