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Casos de assédio moral e sexual no trabalho aumentam drasticamente, revela pesquisa global

Foto: SBT News

Uma profissional de marketing lembra com exatidão o dia, a hora e os detalhes do assédio moral que sofreu enquanto trabalhava em uma grande empresa em São Paulo. O caso começou com ordens diretas para que ela se afastasse do fundador da companhia. “Eu ouvi deles que não era mais para eu ficar próxima do fundador, que eu deveria me manter longe”, relembra.

Em seguida, um dos responsáveis pelo assédio exigiu que ela fosse até sua sala para detalhar o serviço que realizava. “Foi decidido por um desses agressores que eu deveria ir até a sala dele explicar todo o meu serviço”, conta. Durante a conversa, ela foi surpreendida com uma imposição clara de domínio. “Ele disse: ‘porque, daqui pra frente, tudo o que você fizer, eu vou apresentar no seu lugar. Você tá entendendo que agora sou eu que mando em você?’”.

A violência psicológica não parou por aí. Outro sócio da empresa começou a assediá-la de maneira ainda mais explícita. Além de comentários xenofóbicos sobre seu sotaque, ele fez uma proposta inaceitável. “Ele me disse descaradamente que eu deveria ter um caso com ele, porque, senão, tudo estaria terminado ali”. Segundo a vítima, a ameaça foi clara: “Se você não ficar comigo… vai pesar para você na empresa.”

Assédio sexual no trabalho

O caso dessa profissional reflete uma preocupante tendência global. De acordo com a Pesquisa Nacional de Canais de Denúncias, os casos de assédio sexual no ambiente de trabalho quadruplicaram nos últimos cinco anos. O levantamento analisou denúncias em mais de mil empresas de 15 países, incluindo o Brasil.

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Apenas no último ano, foram registradas 235.677 denúncias, sendo 48,8% delas relacionadas a conflitos interpessoais no ambiente corporativo. Já as situações de assédio moral e agressão representaram 21,7% dos casos. Embora o assédio sexual ainda corresponda a uma parcela menor das denúncias (2,8%), o aumento é alarmante: 387,6% nos últimos anos.

Especialistas destacam que esse é um crime de difícil punição. Segundo uma advogada especializada no tema, o assédio sexual ocorre de forma velada, tornando a comprovação mais desafiadora. “Muitas vezes, você só tem a palavra da vítima”, explica.

Mesmo com o crescimento das denúncias, o silêncio ainda predomina. Especialistas afirmam que mais da metade das mulheres que trabalham já sofreram assédio sexual no ambiente profissional. No entanto, 80% delas preferem não denunciar, muitas vezes por medo, vergonha ou culpa. “O que eu fiz para ser mal interpretada? O que eu falei para chegar a esse ponto?”, são perguntas comuns entre as vítimas, que acabam se culpando pela situação.

Trauma

Para a profissional de marketing, o trauma foi o ponto de virada em sua vida. Cansada do ambiente corporativo, decidiu deixar o setor e buscar novos caminhos. “Eu me sinto mais segura. É muito melhor, às vezes, ganhar menos, tem altos e baixos, empreender não é fácil. Mas eu me sinto mais segura. Ninguém vai me machucar”, conclui.

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Fonte: SBT News

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