O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (26) a incorporação de três novos medicamentos para tratar a dermatite atópica, que afeta principalmente crianças, mas também pode atingir adolescentes e adultos.
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A novidade promete transformar a rotina de pacientes com essa doença crônica, caracterizada por inflamações, coceiras e lesões na pele. Com as novas opções, será possível oferecer cuidado desde os estágios iniciais até os quadros mais graves da enfermidade.
Os medicamentos incorporados são duas pomadas — tacrolimo e furoato de mometasona — e o comprimido metotrexato. Todos estarão disponíveis na rede pública, conforme atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Dermatite Atópica.
Ampliação garante acesso gratuito e mais eficácia
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) recomendou os novos tratamentos após avaliar sua eficácia e segurança. A pomada tacrolimo, por exemplo, é indicada para pacientes que não podem usar corticoides ou que não respondem bem aos tratamentos atuais. Já o furoato de mometasona oferece alta adesão ao tratamento com efeitos rápidos e duradouros na regeneração da pele.
O metotrexato, administrado por via oral, será usado em casos graves. Ele reduz inflamações de forma eficaz e diminui a necessidade de corticoides sistêmicos, que causam efeitos adversos quando utilizados por longos períodos.
Além disso, o SUS já disponibiliza outras três alternativas: as pomadas dexametasona e acetato de hidrocortisona para casos leves e a ciclosporina oral para quadros mais sérios.
De acordo com o Ministério da Saúde, o atendimento a pacientes com dermatite atópica inclui consultas, exames, prescrição e acompanhamento contínuo. Entre 2024 e 2025, o SUS realizou mais de 500 mil atendimentos ambulatoriais relacionados à condição.
Acesso e impacto social do tratamento
A secretária Fernanda De Negri, do Ministério da Saúde, destacou que os novos medicamentos oferecem tratamentos mais personalizados, com menos efeitos colaterais. Ela também chamou atenção para o impacto social da doença. “Muitas crianças deixam de frequentar a escola por causa das lesões visíveis na pele. O preconceito é real e o tratamento adequado ajuda também a combater esse estigma”, explicou.
A dermatite atópica, embora não contagiosa, compromete a qualidade de vida e o bem-estar emocional dos pacientes. A ampliação do tratamento no SUS representa um avanço importante na atenção integral à saúde dermatológica.
Para ter acesso, o paciente deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. Após avaliação clínica, ele pode ser encaminhado a um especialista para diagnóstico e definição do tratamento adequado.
