A presença do pai na gestação, no parto e no puerpério tem sido cada vez mais valorizada pelas unidades hospitalares vinculadas à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) no Rio Grande do Norte. No Hospital Universitário Ana Bezerra (HUAB), em Santa Cruz, e na Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), em Natal, ambos da UFRN, ações de humanização têm promovido o envolvimento paterno como parte do cuidado integral à mãe e ao bebê.
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Mais do que acompanhantes, os pais são vistos como figuras fundamentais no processo de nascimento, com papel ativo no apoio emocional à mulher e no fortalecimento do vínculo familiar desde os primeiros momentos de vida.
Paternidade ativa e ambiente acolhedor
Segundo a assistente social Maureen Azevedo, da MEJC, essa participação é parte do direito à paternidade ativa. “O envolvimento do pai fortalece a estrutura emocional da mulher e contribui para um ambiente saudável no puerpério. Eles também passam a apoiar práticas como a amamentação e o cuidado com o recém-nascido”, afirma.
Nos dois hospitais, são promovidas rodas de conversa, visitas guiadas e ações educativas com gestantes, puérperas e acompanhantes. Os temas abordados incluem rede de apoio, direitos sociais e o papel do pai no desenvolvimento infantil. No HUAB, o acompanhamento já começa no pré-natal. “Incentivamos a presença do acompanhante em todas as fases do parto, conforme as boas práticas da humanização”, explica o enfermeiro Edson Mendes, chefe do Setor Materno-Infantil da unidade.
Diversidade de famílias e acolhimento
As ações também respeitam diferentes perfis familiares. Casais homoafetivos, pais adolescentes ou contextos de ausência paterna recebem acolhimento baseado na escuta e no respeito. “Procuramos garantir orientação e apoio, independentemente da configuração familiar”, pontua Maureen.
Relatos que inspiram
O motorista Rodrigo Afonso, 37 anos, vivenciou a experiência de acompanhar o nascimento da filha Lua Thaynara no último dia 5 de agosto, no HUAB. “A gestação foi tranquila, e o parto aconteceu rápido. A equipe foi excelente com a gente”, conta. A filha mais velha do casal, Samuel, também nasceu na mesma maternidade há um ano. Emily Naiara, mãe das crianças, elogia o atendimento. “É a melhor maternidade da região. A equipe sempre disponível nos dá muita segurança”, relata.
Entre o cuidado profissional e o familiar
Edson Mendes, além de profissional da saúde, é pai de quatro filhos e avô. Para ele, a vivência da paternidade aprimorou sua atuação como enfermeiro. “Aprendi a escutar, acolher medos e respeitar o tempo do outro. Hoje, como avô, aprendi ainda mais sobre o valor do afeto.”
O profissional acredita que a presença do pai desde o início da gestação contribui para laços mais fortes e uma sociedade mais cuidadosa com as crianças. “Esse envolvimento gera responsabilidade e empatia. São ganhos para todos”, conclui.
