Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), obtidos pelo SBT News, mostram que houve um aumento de 26,7% no número de denúncias por fake news registradas pelo Sistema de Alerta de Desinformação contra as Eleições nos dias que antecederam o primeiro turno somados ao dia do pleito e a segunda-feira (03).
Entre 23 de setembro e 3 de outubro, o número de registros passou de 15.721 para 19.926. No período imediatamente posterior ao primeiro turno, de 3 a 10 de outubro, a elevação foi de 9,4%.
O sistema foi criado em junho para que qualquer cidadão possa registrar o recebimento de informações inverídicas sobre o processo eleitoral como, por exemplo, fraude no pleito, adulteração de votos ou mesmo sobre horários, locais, ordem de votação e documentos exigidos.
A plataforma, no entanto, não é um meio para realização de denúncias de desinformação sobre candidatos e partidos políticos. Portanto, o canal não faz o processamento de registros com esse tipo de conteúdo.
TSE contra fake news
O Tribunal criou o Sistema de Alerta de Desinformação contra as Eleições em junho para agilizar a remoção de conteúdos que tratem especificamente do processo eleitoral. Em outra frente, nesta quinta-feira (20), o TSE endureceu as regras para que informações falsas, como as que promovem fake news sobre os candidatos, por exemplo, sejam retiradas do ar mais rapidamente e de forma efetiva na reta final do segundo turno. O documento prevê também normas específicas para a véspera do pleito.
De acordo com a resolução aprovada nesta 5ª, a própria Presidência do Tribunal poderá determinar a retirada do ar de dados inverídicos que tenham sido republicados mesmo após determinação para que parassem de ser veiculados. Outra definição da resolução é a proibição de propaganda eleitoral paga na internet 48 horas antes do pleito e 24 horas após.
Como mostrou o SBT News em 30 de setembro, historicamente, a divulgação de notícias falsas aumenta ainda mais no período de 48 horas antes do pleito. “Como o último dia de inserção na televisão foi na 5ª feira, os candidatos ficam mais suscetíveis a serem atacados na 6ª feira e no sábado, porque eles não têm como se defender na mídia de massa”, explicou o professor e consultor em marketing eleitoral, Marcelo Vitorino.