O Conselho de Administração da Petrobras aprovou por unanimidade nesta quinta-feira (26) o nome de Jean Paul Prates (PT-RN) para a presidência da empresa. Ele renunciou ao mandato de senador da república no início desta manhã.
Na reunião, os conselheiros analisaram o parecer do Comitê de Elegibilidade (Celeg), que se reunião na terça-feira (24) para validar a indicação do senador aos cargos de Conselheiro de Administração e Presidente da Petrobras.
A Petrobras informou em 13 de janeiro que tinha recebido do Ministério de Minas e Energia, a confirmação do senador Jean Paul Prates (PT-RN) como indicado para exercer a Presidência da estatal.
A indicação de Prates foi aprovada pela Casa Civil da Presidência da República.
Entenda o processo:
- A indicação de Jean Paul Prates para presidir a Petrobras foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes mesmo da posse no dia 1º de janeiro;
- Ministério de Minas e Energia recebe o documento com a indicação de Prates como integrante do Conselho de Administração e também presidente-executivo da estatal;
- A União tem direito de indicar 8 membros para o conselho. Nas assembleias recentes, os sócios minoritários têm conseguido ficar com duas dessas vagas, reduzindo a seis o número de eleitos pelo controlador no conselho — que é o governo federal;
- A troca de administradores na estatal pode ser lenta e depende de várias análises e etapas preliminares. Um cenário possível é que um diretor da Petrobras ou conselheiro assuma a presidência interinamente até a posse efetiva de Jean Paul Prates — que ainda não tem data marcada;
- Considerada a meta prioritária, uma vez na presidência da empresa, Jean Paul Prates deverá garantir a maioria no colegiado da estatal, hoje composta por indicados na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL);
- Um segundo passo é suspender o processo de venda de refinarias — o que pode levar bem mais tempo do que o esperado e é um desejo do presidente Lula: tirar a Petrobras da lista de privatizações. Até lá, serão várias horas de reuniões e negociações;
Em meio aos ajustes da nova direção, Jean Paul Prates tem ainda o desafio da paridade internacional dos preços dos combustíveis. Já está valendo o reajuste de R$ 0,23 a mais no preço do litro vendido para as distribuidoras; - O mercado pressionava a estatal para elevar os preços, diante da defasagem em relação às cotações internacionais. Há alguns meses, a Petrobras estava vendendo o produto no Brasil a preços mais baixos do que no exterior. No entanto, o aumento anunciado na 3ª feira (24.jan) não será suficiente para cobrir a defasagem
Biografia - Prates nasceu em 19 de junho de 1968, no Rio de Janeiro. É advogado, economista e, desde 2019, senador pelo Rio Grande do Norte. Possui mestrado em gestão ambiental pela Universidade da Pensilvânia (EUA) e em economia da energia pela Escola Superior de Petróleo, Energia e Motores da França. Em 2014, foi eleito primeiro suplente de senador. Com a eleição de Fátima Bezerra para o governo do Rio Grande do Norte, ele assumir o posto de senador.
- Trabalhou na regulação dos setores de petróleo, energia renovável, biocombustíveis e infraestrutura nos governos Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Lula (PT). Foi secretário potiguar de Energia e Assuntos Internacionais (2008-10), assessor do Ministério de Minas e Energia (1997-98), assessor do 1º Conselho de Administração na Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (1998) e presidente da Expetro (1991-2008), entre outras atribuições. Na transição do Governo Federal em 2022, foi o coordenador do subgrupo de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Grupo Técnico (GT) de Minas e Energia.
Com informações do SBT News
