Pelo menos 11 milhões de pessoas estavam em trabalho remoto ou faziam atendimentos utilizando aplicativos no último trimestre de 2022, de acordo com o IBGE. O levantamento com base na Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), foi divulgado nesta quarta-feira (25) e faz o perfil do trabalhador que utiliza os meios digitais para exercer suas atividades.
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A publicação estimou em 9,5 milhões o número de pessoas que exerceram trabalho remoto, sendo 7,4 milhões em teletrabalho. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o teletrabalho é realizado em um local alternativo, que pode ser o próprio domicílio ou outro local, com a utilização de equipamentos de tecnologia da informação e comunicação (TIC), como computadores, telefones e tablets para realizar as tarefas do trabalho. No teletrabalho, 25,8% dos profissionais têm curso superior e recebem 170% a mais em relação aos que vão à empresa todos os dias (R$ 6.479 contra R$ 2.398).
“Nesse caso, há um perfil de trabalhadores mais especializados. Observa-se grande presença de gerentes, diretores, profissionais associados a atividades intelectuais”, explica o analista econômico do IBGE, Jefferson Mariano. Quando considerado o recorte por cor ou raça, é possível verificar que as pessoas brancas (11,0%) também tinham percentuais maiores que os dos ocupados pretos (5,2%) e pardos (4,8%). Entre as mulheres ocupadas no país, 8,7% se dedicavam ao teletrabalho, percentual superior ao dos homens (6,8%).
O teletrabalho entrou na vida da diretora de operações, Suellen Ferreira, durante a pandemia, em São Paulo. “Esse tempo que eu gastaria indo e voltando pra casa, eu ganho fazendo algumas atividades que me trazem mais felicidade e conforto”, destaca a profissional. “Seja para estudar, investir no conhecimento, onde eu possa também contribuir para empresa e, consequentemente, com os meus conhecimentos adquiridos, me valorizar no ambiente de trabalho e ganhar mais”.
A pesquisa também mostra que 1,5 milhão de pessoas usavam ferramentas digitais para trabalhar como motoristas (778 mil), entregadores (589 mil) e prestadores de serviços gerais (197 mil). Nesse caso, a maioria é formada por homens (81,3%). A renda média fica um pouco acima (+5,2%) em comparação ao ganho de profissionais que também atuam como motoristas e fazem transporte, mas não utilizam aplicativos (R$ 2.645 x r$ 2. 513). A jornada de trabalho semanal é maior, 46 horas semanais, em média, contra as 40 horas dos trabalhadores formais.
*Com informações do SBT News