As crises econômicas, políticas e humanitárias fizeram com que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mundial registrasse queda por dois anos consecutivos. Segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgado nesta quinta-feira (08) os anos de 2020 e 2021 tiveram impactos “devastadores” para bilhões de pessoas nos setores da saúde, educação e padrão de vida.
Essa é a primeira vez, em 32 anos de cálculo, que o IDH apresenta queda consecutiva. Com isso, o Pnud aponta que o desenvolvimento humano voltou aos níveis de 2016, revertendo grande parte do progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Isso porque a reversão é quase universal, uma vez que mais de 90% dos países registraram queda na pontuação e mais de 40% diminuíram em ambos os anos.
“O mundo está lutando para responder a crises consecutivas. Temos visto com o custo de vida e crises energéticas que, embora seja tentador focar em correções rápidas como subsidiar combustíveis fósseis, táticas imediatas de alívio estão atrasando as mudanças sistêmicas de longo prazo que devemos fazer. Estamos coletivamente paralisados em fazer essas mudanças”, disse Achim Steiner, administrador do Pnud.
De acordo com o relatório, enquanto alguns países estão começando a se reerguer, a recuperação é desigual e parcial, aumentando ainda mais as desigualdades no desenvolvimento humano. A América Latina, o Caribe, a África Subsaariana e o Sul da Ásia foram particularmente atingidos, com desafios como polarização e insegurança.
“Para navegar pela incerteza, precisamos dobrar o desenvolvimento humano e olhar além de melhorar a riqueza ou a saúde das pessoas”, afirmou Pedro Conceição, autor principal do estudo. “Estes permanecem importantes. Mas também precisamos proteger o planeta e fornecer às pessoas as ferramentas necessárias para se sentirem mais seguras, recuperarem o senso de controle sobre suas vidas e terem esperança para o futuro.”
Fonte: SBT NEWS