Uma mulher foi condenada pelo júri no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte a nove anos e oito meses de reclusão em regime fechado por tentar matar o marido envenenado em um hospital de Natal em setembro de 2021. Uma das principais provas de acusação foi um exame realizado pelo Núcleo do Laboratório Central de Perícias Forenses – Setor de Toxicologia Forense do Itep/RN.
O homem adoeceu meses anteriores ao fato, até ser internado na UTI de um hospital particular da capital. Certo dia, a vítima recebeu a visita de sua esposa, que pediu à equipe de enfermagem um momento a sós, pois pretendia fazer orações, o que lhe foi atendido.
No entanto, algum tempo após, a máquina que regulava a alimentação do paciente através da sonda teria passado a emitir um alarme, indicando intercorrência em seu funcionamento, sendo constatado pela equipe de profissionais que havia um líquido espesso e escuro no interior da sonda, não compatível com os insumos destinados ao paciente.
Feito o rápido atendimento médico, foi evitada a morte do paciente, mas ele permaneceu em coma (ele morreu em dezembro daquele ano).
O líquido presente na sonda foi analisado pelo Núcleo do Laboratório Central de Perícias Forenses – Setor de Toxicologia Forense do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep/RN), que conseguiu determinar a substância como “chumbinho”, um inseticida de uso agrícola.
O resultado do exame foi uma das principais provas de acusação. O júri decidiu que a acusada praticou o crime de homicídio duplamente qualificado na forma tentada, em acolhimento à tese do MPRN.
