O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu afastar do cargo o juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Os conselheiros analisaram em sessão, nesta terça-feira (28), três reclamações contra o magistrado, por supostas irregularidades na condução de processos, que podem resultar em sua demissão.
O CNJ analisou em sessão secreta os pedidos de abertura de processo administrativo disciplinar (PAD) contra Bretas. O afastamento do juiz das funções foi decidido por 12 votos a 3 e deve valer até o final do processo.
As reclamações contra o juiz da Lava Jato do Rio são analisadas conjuntamente. Duas delas decorrem de revelações de delatores, que narraram supostas irregularidades envolvendo o magistrado. A outra envolve suposta atuação política indevida de Bretas, em favor do ex-juiz e ex-governador Wilson Witzel, movida pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD).
O relator do processo é o ministro Luiz Felipe Salamão, que votou pela abertura do PAD e pelo afastamento de Bretas, durante a instrução do processo. Os ministros foram unânimes quanto a abertura do PAD.
Moro defende Bretas
Nesta segunda-feira (27), o ex-juiz e atual senador Sérgio Moro (União-PR) saiu em defesa do colega. Pelas redes sociais, Moro, que era o juiz responsável pela operação em Curitiba, disse que Marcelo Bretas “virou alvo” do Conselho Nacional de Justiça injustamente.
Moro defendeu Bretas fez um “grande trabalho” na Operação Lava Jato no Rio de Janeiro e alegou falta de fundamento nas acusações contra o juiz. Também pediu que a Justiça prevaleça e a independência da magistratura seja preservada.
