O Papa Francisco, em uma entrevista à TV argentina antes de ser internado em Roma, fez críticas à Justiça brasileira em relação aos processos de condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. De acordo com o líder da Igreja Católica, Lula foi condenado sem provas, enquanto Dilma foi alvo de um impeachment injusto, e que ela é “uma excelente mulher” e “tem mãos limpas”. As declarações do Papa foram dadas quando ele foi indagado sobre o conceito de lawfare, que significa uso abusivo da Justiça para fins políticos, e que é usado pelo PT para criticar a atuação da força-tarefa da Lava-Jato.
Ao repercutir os rumos da política brasileira, Francisco citou o processo de Dilma e rebateu quando o jornalista disse que ela foi destituída em 2016 por “um ato administrativo menor”. O Papa foi categórico na defesa da petista, afirmando que não puderam comprovar as acusações contra ela, e que ela é uma excelente mulher com mãos limpas.
Dilma foi afastada definitivamente do cargo no dia 31 de agosto de 2016, após seis dias de julgamento no Senado Federal, por 61 votos pelo impeachment contra 20, sob acusação de crime de responsabilidade fiscal. Os autores do pedido de afastamento da petista alegaram que ela maquiou as contas públicas e desrespeitou a lei orçamentária durante a campanha eleitoral. Já os processos contra Lula foram anulados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021 por questões técnicas, pois o juiz Sergio Moro, então responsável pelo caso, foi considerado parcial para punir Lula, e os processos deveriam tramitar no Distrito Federal, não no Paraná.
As declarações do Papa Francisco sobre a política brasileira geraram repercussão, especialmente entre os apoiadores de Lula e Dilma, que compartilharam as declarações nas redes sociais. Ainda não houve pronunciamento oficial do governo brasileiro ou de líderes políticos sobre as declarações do Papa.
