Uma bomba explodiu na audiência judicial convocada nesta quarta (21) para discutir o destino da herança de Gugu Liberato.
Nem bem entraram na sala em que testemunhas seriam ouvidas, os três filhos de Gugu —João Augusto, Marina e Sofia Liberato— e mais a irmã dele, Aparecida, foram avisados de que um oficial de Justiça estava no local para entregar a eles uma intimação.
Os quatro tomaram então conhecimento da existência de uma ação de investigação de paternidade “post mortem” contra Gugu Liberato, aberta em março.
O suposto novo filho de Gugu se chama Ricardo Rocha, tem 48 anos, é comerciante e pede a reserva do quinhão que lhe caberia na herança caso se prove que ele é, mesmo, irmão dos herdeiros já reconhecidos.
Para isso, ele solicita que os supostos parentes se submetam a exame de DNA. Caso se neguem, defende que o corpo do apresentador seja exumado para que o teste seja realizado. O processo corre em segredo de Justiça.
As filhas gêmeas de Gugu já concordaram em fazer o exame de DNA. Questionado, o advogado Nelson Wilians, que defende Rose Miriam, a mãe dos três filhos de Gugu, em ação de reconhecimento de união estável, afirma que “se ficar comprovada a paternidade, isso por si só já invalida o testamento” deixado pelo apresentador.
De acordo com a intimação, a mãe do requerente, identificada como Otacília Gomes da Silva, teria conhecido “Antonio Augusto Moraes Liberato (o notório apresentador de televisão ‘Gugu Liberato’)” no segundo semestre de 1973, “em uma padaria que existia na rua Aimberê, nº 458, bairro de Perdizes, nesta capital”.
A petição informa que “a genitora” trabalhava como babá e empregada doméstica “na residência de uma família nipônica” que morava ao lado da panificadora.
Ela ia diariamente à padaria, “oportunidade em que se encontrava com Antonio Augusto que, muito comunicativo, a flertava e, com o passar do tempo houve a evolução da amizade, alguns passeios, culminando em relacionamento íntimo entre eles”.
Em 1974, depois de passar férias no litoral paulista com a família para a qual trabalhava, ela retornou e “constatou a gravidez”.
Procurou Gugu para “lhe informar a novidade”. Mas “este não mais foi encontrado naquele comércio”, e ela perdeu “totalmente o contato” com aquele que seria o pai de seu filho.
Na época, Gugu tinha 15 anos. Não era apresentador de televisão e sequer sonhava que um dia seria um dos homens mais famosos do Brasil.
Quando Gugu iniciou sua carreira televisiva, diz a intimação, o filho adolescente começou a acompanhá-lo à distância. Quanto atingiu a maioridade, “entendeu protelar a busca do reconhecimento da paternidade para o futuro”.
Com a morte de Gugu, em 2019, aos 60 anos, e a disputa pela herança, Ricardo teria decidido buscar seus direitos, movendo a ação de paternidade.
Na noite de terça (20), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) validou o testamento deixado por Gugu em 2011.
O testamento não reconhece Rose Miriam como companheira em união estável. Isso inviabilizaria o acesso dela à herança.
Tudo, no entanto, pode mudar caso Ricardo prove que é realmente filho de Gugu.
O montante deixado pelo apresentador é avaliado em R$ 1 bilhão.
*Com informações de Folha de S. Paulo