A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro descobriu que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), movimentou mais de R$ 8,4 milhões entre 2022 e 2023. Os dados foram levantados a partir da quebra do sigilo bancário de Cid e foram revelados pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Nos três anos analisados, foram constatados R$ 4,5 milhões em depósitos na conta do tenente-coronel, enquanto R$ 3,8 milhões foram transferidos para outras contas bancárias. As cifras, cinco vezes maiores do que a remuneração de Cid, são incompatíveis com os valores declarados à Receita Federal, uma vez que o servidor público federal assegurou rendimento tributável de R$ 318 mil por ano.
Os relatórios entregues à CPMI revelaram ainda que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro administrou outros R$ 2,3 milhões como procurador das contas do ex-presidente. Foram R$ 1,1 milhão recebidos e R$ 1,2 milhão gasto no período de três anos. O mês com o maior volume de depósitos foi o de fevereiro de 2020, quando foram transferidos R$ 119 mil à conta em questão.
As movimentações bancárias atípicas de Cid se somam a diversas apurações envolvendo Bolsonaro. Uma das últimas ações ocorreu no dia 11 de agosto, quando a Polícia Federal identificou um esquema de venda de presentes dados à presidência da República durante missões oficiais do exterior. Entre os envolvidos estão o pai do tenente-coronel, Mauro Cesar Lourena Cid, e o ex-advogado de Bolsonaro Frederick Wassef.
Em meio à descoberta, o deputado Duarte Júnior (PSB-MA) enviou um pedido para que tanto Lourena Cid como Wassef sejam convocados a depor na CPMI do 8 de janeiro. No documento, o parlamentar alega que as declarações serão importantes para a apuração, uma vez que o ex-advogado de Bolsonaro é visto como o principal responsável pela comercialização ilegal dos itens, enquanto o pai de Cid ajudava a localizar compradores no exterior.
*Com informações do SBT News