A líder quilombola, Maria Bernadete Pacífico, a “Mãe Bernadete”, foi assassinada a tiros, na noite desta quinta-feira (17), no interior do seu terreiro, Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Bahia. A ação teria sido promovida por criminosos, que invadiram o local e também fizeram familiares da vítima de reféns.
Nesta sexta-feira (18), será enviada uma comitiva dos ministérios da Igualdade Racial, Justiça e dos Direitos Humanos para realizar reuniões presenciais e prestar atendimentos às vítimas e familiares.
Bernadete também foi secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho. Além disso, era Yalorixá, ou popularmente conhecido como “Mãe de Santo”, nome dado para sacerdotisas de terreiros de Umbanda, Candomblé e Quimbanda.
O ministro Silvio Almeida e o governador do estado, Jerônimo Rodrigues (PT/BA), que determinou que as Polícias Militar e Civil “desloquem-se de imediato ao local e sejam firmes na investigação”, se manifestaram em suas redes sociais.
Seu filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, o “Binho do Quilombo”, foi assassinado há quase seis anos, no dia 19 de setembro de 2017, ano em que o Pitanga dos Palmares foi reconhecido pelo Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O território compreende cerca de 854,2 hectares, com 289 famílias residentes.
De acordo com levantamento da Rede de Observatórios de Segurança, a Bahia é o segundo estado com mais ocorrências de violência contra povos e comunidades tradicionais, com 428 ocorrências entre 2017 e 2022, atrás apenas do Pará, região Norte do país.
* Com informações da Agência Brasil