A data de 23 de setembro, conhecida como o Dia Mundial de Combate ao Estresse, visa destacar a importância de discutir os efeitos do estresse, suas manifestações, maneiras de lidar com ele e preveni-lo.
O estresse pode ser definido como uma série de respostas do organismo diante de uma situação de ameaça ou dano ao seu bem-estar. Ele está presente em todas as formas de vida e desempenhou um papel crucial na adaptação e evolução, especialmente dos seres humanos. Quando detectamos uma ameaça, o corpo libera hormônios que aumentam os batimentos cardíacos, a pressão arterial, a frequência respiratória e a disponibilidade de glicose no sangue, preparando-nos para lutar ou fugir. Essa resposta envolve também o cérebro, que controla o estado de alerta e o comportamento. Uma vez que a ameaça desaparece, o organismo se reorganiza e retorna a um estado de equilíbrio.
Embora o estresse seja essencial em certas situações, ele se torna prejudicial quando ocorre de maneira contínua, intensa e sem um suporte adequado. As crianças também experimentam níveis de estresse, como antes de uma festa de aniversário ou uma viagem desejada. Pequenos desafios e experiências desconhecidas são comuns na vida de qualquer criança e fazem parte de seu desenvolvimento. Protegê-las completamente dessas situações pode ser prejudicial, pois impede que aprendam a lidar com elas com o apoio da família e da sociedade. No entanto, o estresse nas crianças se torna prejudicial quando é intenso, prolongado e falta a presença de adultos responsáveis por seu cuidado, acarretando assim problemas no seu desenvolvimento.
O estresse nas crianças pode ser dividido em três tipos: estresse positivo (breve e de baixa intensidade), estresse tolerável (situações adversas que não fazem parte da vida cotidiana da criança) e estresse tóxico (situações de estresse intensas, frequentes e prolongadas que ultrapassam a capacidade de lidar da criança). O estresse tóxico, especialmente quando não há um adulto cuidador para oferecer suporte protetor, pode resultar em danos ao desenvolvimento cerebral, bem como alterações em sistemas metabólicos e imunológicos, com consequências a curto, médio e longo prazo.
Assim, para lidar com o estresse nas crianças, é importante conhecer seu temperamento, respeitar seu desenvolvimento e disponibilizar tempo para entender sua vida. Em tempos estressantes, o olhar amoroso dos pais é essencial para as crianças. Os pais podem ajudar antecipando e conversando sobre situações estressantes, assegurando às crianças que elas poderão contar com apoio quando necessário. Manter rotinas, ensinar técnicas de relaxamento, garantir momentos de pausa para brincar e permitir o contato com a natureza são estratégias eficazes para lidar com o estresse.
Conversar sobre sentimentos, acolher o sofrimento e reconhecer que todos enfrentam estresse são maneiras importantes de ajudar crianças e adultos. Em conclusão, o estresse é um problema de saúde significativo nos tempos atuais e seu estudo envolve a compreensão das interações sociais e o impacto na saúde das pessoas. A presença de estresse tóxico na infância está associada a problemas de saúde ao longo da vida. Para promover uma sociedade mais justa e reduzir desigualdades na saúde e bem-estar, é fundamental construir uma ampla rede de apoio às crianças e suas famílias.