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“Não vai ser fácil”, diz Rosa Weber sobre deixar o Supremo Tribunal Federal

Foto: Reprodução

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse na última sexta-feira, 22, que não será fácil deixar o exercício da jurisdição. As declarações foram dadas em discurso no coquetel de lançamento do livro “Ela Pede Vista: Estudos em Homenagem à Ministra Rosa Weber”, realizado na Biblioteca Ministro Victor Nunes Leal, da Corte, em Brasília.

A magistrada terá que deixar o Supremo em 2 de outubro, devido a aposentadoria compulsória. “Eu sempre digo, há décadas, que a vida só vale pelos afetos. E este momento reafirma a minha convicção de que a vida vale é pelos afetos. Nunca imaginei estar aqui. Na verdade, não sei se algum dia desejei estar aqui, mas estou. E se fosse do mundo da publicidade, se fosse do mundo da comunicação social, eu seguramente estaria sempre atrás das câmeras. Jamais à frente, jamais sob os holofotes, e paradoxalmente eu vivo sob os holofotes”, disse a ministra no início do discurso. Ela estava emocionada.

“Depois desses 47 anos caminhando, sempre debruçada e no exercício da jurisdição, eu penso que eu, na verdade, não nasci para o exercício da jurisdição, e isso está me deixando de certa forma agoniada, porque agora eu estou literalmente sendo afastada do exercício da jurisdição. Para mim, não vai ser fácil, embora entenda que existe muita vida fora da jurisdição e além dos processos”, prosseguiu.

Rosa Weber ressaltou que estava se sentindo muito feliz e “extremamente grata” pela homenagem e pontuou: “Vocês não tem ideia da alegria que estão me proporcionando, apesar de para mim ser tão difícil quando eu me afasto dos processos e do aspecto da formalidade dos ritos e da liturgia, de me entregar ao afeto e estar aqui”.

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O ministro Edson Fachin também discursou. “Um comportamento exemplar como ser humano, como mulher e como juíza”, disse sobre Rosa. “Fazendo-nos redobrar o zelo, como já disse a ministra Cármen Lúcia, para merecer estar ao lado, ao vosso lado na bancada. Meus sinceros parabéns por essa homenagem”.

Gilmar Mendes foi outra das muitas pessoas que compareceram para prestigiar Rosa. A parte inicial da biblioteca ficou lotada. Muitos dos presentes seguravam exemplares do livro. A obra, de organização de Maria Elizabeth Rocha, Cistina Maria Gama da Silva, Manuela Simões de Oliveira e outras, foi lançada pela Editora Thoth e traz 40 artigos escritos por homens e mulheres da ciência do direito. Debate temas ligados às controvérsias analisadas pelos tribunais do Brasil, com o olhar de Rosa Weber.

Uma das organizadoras do livro, Christine Peter – que é professora de direito constitucional e assessora de ministro do Supremo -, concedeu entrevista. Questionada sobre qual o legado que Rosa Weber deixa para a Justiça brasileira, pontuou: “Que a Justiça é feminina”.

“Ou seja, de que mulheres, apesar de características muito diferentes das características dos homens, em termos de linguagem, em termos de forma de intervenção, a forma inclusive de discordar, de sentir, é muito diferente de homens e mulheres, e eu acho que a ministra Rosa incorporava muito isso.

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Ela prosseguiu: “Uma mulher de fala muito gentil, uma educação, que às vezes não se vê nos meios da alta cúpula do Poder, porque temos muito poucas mulheres nesse espaço. Então o grande legado dela é mostrar que a Justiça é forte, resiliente, a democracia é inabalada, mesmo com uma voz gentil, com um jeito diferente, feminino, de fazer a Justiça funcionar”.

Ainda de acordo com Christine, a ideia do livro nasce “de dar luz às decisões da ministra Rosa na Suprema Corte. Ela é a terceira magistrada, a terceira presidente do Supremo mulher, a primeira que ocupa esse cargo na condição de juíza de carreira, magistrada de carreira. Então o livro busca trazer luz para essas decisões, que tem o olhar de uma mulher, o olhar de uma mulher na Suprema Corte, de uma magistrada que chegou à Suprema Corte”.

Ela ressaltou que há milhares de juízas no país e nenhuma chega ao STF. “Então a ministra Rosa vocalizou, presentificou o papel das mulheres no Judiciário brasileiro aqui na nossa Suprema Corte”.

 

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