O período mais chuvoso no Brasil, na maior parte do país, costuma ocorrer de novembro a maio. É também nesta época do ano que o país registra um aumento significativo nas notificações de casos de dengue. Para avançar com as ações de combate ao Aedes Aegypti, mosquito que também transmite Zika e chikungunya, o Ministério da Saúde reforça a importância fundamental da participação da sociedade na eliminação dos focos do mosquito em ambientes domésticos.
A dengue é a arbovirose (doença causada por vírus transmitido por mosquitos) urbana mais relevante nas Américas, principalmente no Brasil. Por isso, desde 2010, o enfrentamento e a divulgação de cuidados para prevenção à doença são impulsionados no penúltimo sábado de novembro, quando é celebrado o Dia Nacional de Combate à Dengue. A data foi instituída por lei e, em 2023, é celebrada neste sábado (18).
Em 2023, até o fim de outubro, o país já havia registrado mais de 1,6 milhão de casos prováveis de dengue. O dado indica um aumento de 21,4% quando comparado com o mesmo período em 2022. A maior parte dos casos foi identificada na região Sudeste, com a notificação de cerca de 893 mil casos, seguida pela Sul (383 mil) e Centro-Oeste (245 mil). Até o momento, as regiões com menos casos foram Norte (32 mil) e Nordeste (103 mil).
Segundo informações do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde, os depósitos de armazenamento de água para consumo, como caixas d’água e tambores são os principais criadouros do mosquito, correspondendo a 39,6% dos locais descobertos com foco de larvas do Aedes. Em seguida, estão os vasos, garrafas, calhas, lajes, e os depósitos naturais, como bromélias, que correspondem a 36,45% dos criadouros positivos. Já pneus e resíduos passíveis de remoção correspondem a 23,95% dos pontos de encontro de larvas. Os dados foram obtidos por meio dos levantamentos de índices larvários, consolidados até 26 de outubro de 2023.
Os ovos do Aedes aegypti medem cerca de 0,5 mm, o que pode dificultar a visualização. Apesar de minúsculos, eles possuem resistência à seca e podem se manter viáveis no ambiente por um ano, até entrarem novamente em contato com a água. É nesse momento que os ovos eclodem e, em poucos dias, as larvas se transformam em mosquitos adultos. Mesmo com um ciclo de vida de curto, de 45 dias em média, a fêmea do mosquito Aedes pode colocar centenas de ovos ao longo da vida.