Uma limpeza magnética para aumentar a frequência espiritual. Era assim que Paulo Paumgartten Sabino de Oliveira justificava os crimes sexuais cometidos por ele contra mulheres que frequentavam o grupo religioso que liderava. A seita chamada “Missão do Espírito Santo” tinha sede em Belém (PA).
O líder espiritual já havia sido preso preventivamente em março de 2022 por violação sexual mediante fraude, após quatro mulheres denunciarem os abusos sofridos. Ele foi solto meses depois, mas novas vítimas apareceram. Ao longo desse tempo, dez mulheres procuraram a Polícia para denunciá-lo.
“As mulheres chegavam nesse grupo e, para elas se elevarem espiritualmente, para elas se curarem, ele mantinha atos libidinosos com essas mulheres, alegando que esses atos iriam trazer a cura pra elas”, afirma Ana Paula Chaves, delegada titular da Delegacia da Mulher, no Pará.
Na casa onde a seita funcionava, além de Paulo moravam algumas mulheres, que eram chamadas de filhas do líder, uma delas menor de idade. A Polícia investiga se elas são cúmplices dos crimes sexuais e deferiu medidas cautelares contra elas.
Os abusos ocorriam em atendimentos individuais. Uma das vítimas contou à reportagem em detalhes o que o líder espiritual fazia nas sessões.
