A ministra da Saúde, Nísia Trindade revelou, nesta quarta-feira (20), que doses não utilizadas até então na campanha de imunização contra a dengue serão redistribuídas pelo país. Ainda sim, critérios de vacinação serão mantidos e os destinos estão em análise.
“Nós vamos fazer a redistribuição das doses que não foram aplicadas usando um ranqueamento dos municípios que estão em situação de emergência por dengue”, afirmou a chefe da pasta.
A ministra destacou também que R$ 300 milhões serão destinados para municípios e estados comprarem medicamentos utilizados no tratamento dos casos graves e abordagens clínicas da doença.
Sobre o desenvolvimento de uma vacina pelo Instituto Butantã, Nísia Trindade disse que os estudos estão em “Fase III”, obtendo bons resultados. Entretanto, o instituto não confirmou um cronograma oficial. Em relação a uma parceria da Fiocruz com a fabricante do imunizante Qdenga, a Takeda, a ministra afirmou ser possível que aconteça, porém isso só será anunciado quando as tratativas estiverem completas.
“Nós temos capacidade de produção nacional no Brasil, capacidade, temos que ver até onde iremos, qual tipo de apoio, até por que a fundação, neste caso, produz também a vacina para a febre amarela. Então, provavelmente, esta será a planta onde será produzida. Precisamos ser responsáveis. A dengue é um grave problema de saúde pública, o mais importante que enfrentamos neste momento, não tenho dúvida [..] mas não é o único e não queremos descuidar”, ponderou Nísia Trindade.
A líder do governo para a Saúde não ficou para perguntas dos jornalistas.
A secretária Ethel Leonor Noia Maciel para Vigilância em Saúde afirmou que o país, tinha 1,9 milhão de casos prováveis de dengue, 630 mortes confirmadas e outras mil sob investigação até a sexta-feira (15).
Das 27 Unidades Federativas, 11 (AC, MG, DF, GO, ES, RJ, 11 SC, AP, SP, RS e PR) já decretaram estado de emergência por conta da doença. São 350 municípios.
Também alertou que os casos graves da doença já superam o ano de 2023.
Nísia Trindade se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) duas vezes nesta semana.
Na primeira, em reunião ministerial da cúpula do governo (segunda, 18), foi cobrada a respeito da condução no Rio de Janeiro no enfrentamento à dengue, assim como as respostas que tem dado sobre a pressão do Centrão para tirá-la do cargo, a ministra ficou emocionada e precisou deixar a reunião.
Ainda na segunda, demitiu o diretor do Departamento de Gestão Hospitalar, Alexandre Telles. Um dia depois, o governo federal oficializou a exoneração do secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Júnior.
Polêmica veio após uma matéria do programa Fantástico, da Rede Globo, que denunciou a precariedade em seis unidades de hospitais federais no Rio de Janeiro. A produção mostrou aparelhos quebrados, materiais vencidos ou danificados.
Na segunda, em específico com a pasta, Ethel Maciel detalhou que Lula cobrou entregas e quis informações sobre a equipe de secretários. Ela afirmou que foi uma “boa reunião”.
