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“Não vou me calar”, diz Cacique Luiz Katu sobre intimidações após denúncias de desmatamento

Foto: Reprodução

O cacique Luiz Katu, do Povo Potiguara Katu, localizado entre os municípios de Goianinha e Canguaretama, utilizou as redes sociais para expor as intimidações que recebeu após denunciar a atuação ilegal do agronegócio e a extração proibida de madeira na região.

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“Ultimamente, por causa das denúncias que eu tenho feito, eu tenho recebido vários ataques, intimidações. Agora, mais diretamente, tentativas contra a minha vida. Para me calar, para impedir que eu continue denunciando esses atos criminosos contra a nossa floresta, contra o nosso território tradicionalmente ocupado. Venho aqui dizer que não vou me calar”, disse o líder no vídeo publicado no Instagram na quinta-feira (9).

Segundo o cacique, dois homens desconhecidos invadiram a casa do irmão dele questionando se ele morava aí, tentaram intimidar sua cunhada e foram embora às pressas logo em seguida, ao perceber que aquele, realmente, não era o seu endereço.

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“Essa foi uma tentativa mais uma vez de me intimidar, de me tirar do território. Estão fazendo buscas, especulando, querendo me calar”, disse, explicando que há três meses vem denunciando a derrubada ilegal de madeira no território.

Veja o vídeo

 

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Uma publicação compartilhada por TV Ponta Negra- SBT (@tvpontanegrarn)

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Em abril, a Policia Federal indiciou dois empresários que são investigados por promover desmatamento não autorizado no município de Espírito Santo, distante 75 quilômetros de Natal, mais precisamente na  Área de Proteção Ambiental Piquiri-Uma,  inserida no bioma Mata Atlântica.

O desmatamento, realizado para fins de plantio de cana-de-açúcar, tem sido feito mediante a utilização de tratores de esteira e outras máquinas. O dano ambiental foi constatado por meio de exame pericial que demonstra vasta derrubada de mangabeiras na área de coleta de mangaba e é atribuída a rurícolas da etnia Katu.

O cacique informou ainda que já realizou um boletim de ocorrência sobre o caso, acionou o Ministério Público Federal e pediu para ser incluído no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas.

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A Polícia Civil informou que o cacique será ouvido e que estará investigando a denúncia.

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