A Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) confirmou nesta segunda-feira (22) a segunda morte por febre oropouche na Bahia. A vítima, uma mulher de 21 anos de Camamu, a 196 km de Salvador, faleceu em maio deste ano, mas o caso só foi divulgado recentemente. Este é o segundo caso de morte da doença no estado, com o primeiro registrado em março em Valença, vitimando uma mulher de 24 anos.
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Segundo a Sesab, a paciente de Camamu foi hospitalizada com sintomas graves, incluindo febre alta e dor de cabeça intensa, que evoluíram para complicações sérias, como sangramentos nasal, gengival e vaginal. A divulgação tardia dos casos se deve à necessidade de confirmação por exames laboratoriais, procedimento que também atrasou a comunicação do primeiro óbito, divulgado apenas em junho.
O mais recente levantamento da Sesab aponta Ilhéus, no sul do estado, como a cidade com o maior número de casos confirmados de febre oropouche, totalizando 109 registros. Gandu, a 158 km de Ilhéus, aparece em segundo lugar com 82 casos, seguida por Uruçuca, também no sul da Bahia, com 68 confirmações.
Conforme o infectologista Marcelo Neubauer, a doença é uma arbovirose transmitida pela picada de um borrachudo, o Culicoides Paraense, e apresenta um mecanismo de transmissão parecido com o da dengue. A grande diferença entre as duas, segundo o especialista, é que a oropouche conta com animais que podem ser seus hospedeiros. No caso da oropouche também, a contaminação acontece apenas em algumas áreas do país que são endêmicas, como a Amazônia, por exemplo.
A febre oropouche foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1960. Depois disso, foram relatados casos isolados e surtos, principalmente na região amazônica. Também ocorreram registros da doença no Panamá, na Argentina, Bolívia, no Equador, Peru e na Venezuela. Com a ampliação da investigação da infecção no país, foram confirmados 7.044 casos, com transmissão local em 16 estados.
