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Moraes usou órgão do TSE de forma não oficial para investigar aliados de Bolsonaro, diz jornal

Foto: Alejandro Zambrana/TSE

O gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teria ordenado de forma não oficial a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral contra aliados do ex-presidente Bolsonaro no inquérito das fake news. Os pedidos teriam sido feitos durante a presidência de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A reportagem que revelou os pedidos é do jornal Folha de S. Paulo, que teve acesso a trocas de mensagens com integrantes do gabinete. O jornal aponta para uma irregularidade: o uso de uma Corte para abastecer a investigação de outra.

A representação do ministro Moraes afirma que solicitações estão devidamente inscritas no processo e “foram feitas a inúmeros órgãos, que, no exercício do poder de polícia, tem competência para a realização de relatórios sobre atividades ilícitas, como desinformação, discursos de ódio eleitoral, tentativa de golpe de Estado e atentado à democracia e às Instituições”.

 

A Folha teria recebido de fontes “dados de um telefone” contendo as mensagens utilizadas para sustentar a acusação. Alega que não decorrem da interceptação ilegal ou acesso via hacker. A reportagem é de autoria do jornalista Fábio Serapião e de Glenn Greenwald, responsável pelo vazamento de mensagens do então juiz Sergio Moro e integrantes da força-tarefa da Lava Jato, em episódio conhecido como “Vaza Jato”.

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As mensagens sobre as ordens de Moraes
Trocando mensagens no WhatsApp, o juiz instrutor Airton Vieira, assessor do gabinete de Alexandre de Moraes, solicitava a Eduardo Tagliaferro, perito criminal e, à época, chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação da Corte Eleitoral, relatórios específicos contra aliados de Jair Bolsonaro (PL). Tais documentos serviram de embasamento para os inquéritos das notícias falsas (fake news) e das milícias digitais.

Após monitoramento de Tagliaferro e sua equipe, as constatações de que alvos estavam praticando desinformação em massa sobre o processo eleitoral eram submetidas ao Supremo, de acordo com a reportagem, como se fossem espontâneas do órgão. Com acesso ao relatório elaborado pela equipe, o ministro Moraes embasava suas decisões.

Fonte: SBT News

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