Laudo pericial da Polícia Federal (PF) confirma que a assinatura do médico em documento usado pelo candidato derrotado na disputa pela prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) contra o adversário o adversário Guilherme Boulos (PSOL) é falsa.
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O Laudo de Perícia Criminal Federal tem 16 páginas e foi elaborado neste domingo (6). Os dois peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) compararam assinaturas anteriores do médico José Roberto de Souza com a que consta no laudo que Marçal divulgou na internet, na sexta-feira (4).
Na postagem nas redes, Marçal acusa Boulos de ser usuário de cocaína e ter sido internado em uma clínica em surto psicótico. O documento foi apresentado como prova, a dois dias do primeiro turno.
“Verificou-se a prevalência das dissimilaridades entre a assinatura questionada e os padrões apresentados, tanto nas formas gráficas, quanto em suas gêneses, não havendo evidências de que tais grafismos tenham sido escritos por uma mesma pessoa. As evidências suportam fortemente a hipótese de que os manuscritos questionados não foram produzidos pela mesma pessoa que forneceu os padrões”, trecho de laudo pericial do Instituto Nacional de Criminalística (INC).
O documento da PF aponta falsidade na assinatura do médico no documento, porém, não comprovam ou negam a autenticidade do laudo apresentado por Marçal nas postagens. “Não será possível atestar sua autenticidade por meio dos exames periciais mencionados, havendo necessidade de análise de outros elementos.”
Segundo os peritos, o documento analisado é digital e não físico e “a verificação de adulteração ou montagem eletrônica poderá ser realizada por exames específicos que não foram objeto do presente laudo”.
Marçal foi punido pela Justiça Eleitoral de São Paulo, no sábado (5), com a suspensão de seus canais de Youtube, Instagram e Tik Tok. E passou a ser investigado também pela PF.

Foto: Reprodução
Falso
Um laudo pericial do Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo feito no sábado (5) havia apontado também a fraude.
O documento da Polícia Civil de São Paulo aponta, além da falsidade na assinatura, erros de dados, como o número da carteira de identidade (RG) de Boulos, no laudo usado por Marçal.
Tanto a PF como o IC paulista fizeram exame grafoscópico no documento, que atesta autenticidade de textos manuscritos a partir da análise de padrões de escrita, como qualidade do traçado, forma, velocidade e ritmo.
A conclusão comum é que a assinatura é incompatível “tanto nas formas gráficas, quanto em suas gêneses” com as do médico – já falecido – “não havendo evidências de que tais grafismos tenham sido escritos por uma mesma pessoa”.
SBT News
