O Discord, criado inicialmente para gamers, se transformou em um ambiente onde crimes digitais graves têm se multiplicado. Grupos mal-intencionados utilizam a plataforma para aliciar menores, promover desafios violentos e compartilhar pornografia infantil.
Além disso, o aumento de casos assustadores — como os de crianças que perderam a vida em desafios perigosos — pressiona famílias e parlamentares. Segundo o Instituto Dimicuida, ao menos 56 mortes foram registradas no Brasil desde 2014. Entre as vítimas estão Sarah Raíssa, de apenas 8 anos, e Brenda Sophia, de 11, que morreram após inalar desodorante aerosol.
Esses grupos, infelizmente, sabem como explorar a vulnerabilidade dos jovens. De forma estratégica, usam manipulação psicológica para induzi-los a participar de práticas ilegais. Como resultado, a ausência de moderação eficaz dentro do Discord favorece a propagação de conteúdos como automutilação e abuso sexual infantil.
Discord tenta reagir, mas ações ainda são limitadas
Para conter a onda de crimes, o Discord lançou em 2023 a ferramenta Central da Família. Ela oferece aos pais um resumo semanal das atividades dos filhos, como comunidades acessadas e novos amigos adicionados. No entanto, o conteúdo das conversas permanece inacessível, o que limita sua eficácia.
A empresa iniciou testes com escaneamento facial no Reino Unido e na Austrália. A ideia é impedir que menores de idade acessem conteúdo sensível. Mesmo assim, especialistas alertam que essas ações ainda não acompanham a gravidade dos casos.
Embora o Discord afirme seguir uma política de tolerância zero contra crimes digitais, a falta de verificação de idade e a ausência de monitoramento ativo facilitam novas ocorrências. Por esse motivo, críticas sobre a efetividade das medidas são frequentes.
Como proteger os filhos dos perigos do Discord
Acima de tudo, o diálogo contínuo entre pais e filhos é indispensável. Falar abertamente sobre segurança digital ajuda a prevenir situações de risco. Além disso, utilizar ferramentas de controle parental pode oferecer mais tranquilidade ao monitorar o uso das plataformas.
É fundamental que qualquer comportamento suspeito seja denunciado às autoridades. Quanto mais atentos os responsáveis estiverem, maiores são as chances de evitar tragédias envolvendo crianças e adolescentes.
