Mais de 15 milhões de brasileiros foram vítimas de golpes financeiros nos últimos 12 meses. A informação foi revelada por um estudo conjunto da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). A pesquisa aponta um cenário alarmante, no qual os crimes digitais atingem pessoas de todas as idades e camadas sociais.
Leia também:
“Operação Botnet” prende suspeito de aplicar golpes no município de Patu
Os golpes mais comuns envolvem pagamentos antecipados por produtos ou serviços que nunca são entregues. Além disso, descontos indevidos em aposentadorias e transferências para perfis falsos em redes sociais também aparecem com frequência.
Segundo o levantamento, 38% das vítimas não conseguiram reaver o dinheiro perdido. Essa estatística demonstra, acima de tudo, a fragilidade do consumidor diante da profissionalização desses crimes. A aposentada Eunice Dias, por exemplo, teve R$ 80 descontados mensalmente de seu benefício por uma associação desconhecida. “Eu fiquei indignada. Nunca autorizei nada”, desabafou.
Merula Borges, especialista em finanças da CNDL, alerta que a digitalização das transações facilitou a ação de golpistas. “Clonagens de cartão, perfis falsos de amigos e vendas inexistentes se tornaram rotina”, afirma.
No Rio Grande do Sul, a Polícia Civil criou um setor especializado para investigar essas fraudes. O delegado Filipe Bringhenti reforça que os criminosos não escolhem vítimas por faixa etária ou nível de escolaridade. “Hoje, qualquer pessoa pode ser alvo”, destaca.
Além disso, a polícia recomenda atenção redobrada aos detalhes antes de realizar qualquer transação. Verificar origens de mensagens, evitar pagamentos antecipados e desconfiar de ofertas muito vantajosas são passos essenciais para se proteger.
