O Projeto de Pesquisa e Formação em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora Camelô da Cidade do Rio de Janeiro busca avaliar os impactos físicos e mentais da profissão. A iniciativa foi anunciada na sexta-feira (9) e será desenvolvida pelo Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh-Fiocruz).
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A dura rotina de trabalho nas ruas do Rio de Janeiro tem afetado profundamente a saúde dos camelôs. Muitos passam o dia expostos ao sol, em pé por longas horas, sem acesso a alimentação adequada ou banheiros. Para enfrentar esse cenário, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Movimento Unido dos Camelôs (Muca) lançaram um projeto que une pesquisa e capacitação dos trabalhadores informais da cidade.
Saúde dos camelôs será investigada com participação ativa
A proposta conta com duas frentes principais. A primeira consiste em uma pesquisa de campo para identificar os agravos à saúde mais comuns entre os camelôs. Cerca de 100 trabalhadores atuarão como bolsistas nessa etapa, após passarem por formação específica.
Além disso, a segunda frente inclui a capacitação desses trabalhadores sobre seus direitos e cuidados com a saúde. A coordenadora do Cesteh, Rita Mattos, explicou que o objetivo é ensinar como identificar doenças relacionadas à atividade e buscar assistência adequada. Haverá sete encontros formativos, e os participantes também serão multiplicadores, repassando o conteúdo para colegas.
Segundo Rita, reconhecer que doenças ocupacionais existem e são cobertas por direitos como a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e benefícios do INSS pode transformar a realidade de muitos camelôs.
Maria de Lourdes do Carmo, a “Maria dos Camelôs” e líder do Muca, afirmou que o projeto chega em boa hora. “Sem carteira assinada, muitos sequer têm o direito de adoecer”, declarou. Com base nos dados obtidos, os camelôs esperam fortalecer a luta por políticas públicas adequadas.
