A Polícia Federal prendeu Tuta, líder do PCC, na sexta-feira (16), em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Identificado como Marcos Roberto de Almeida, ele era considerado um dos principais articuladores do narcotráfico ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A captura ocorreu após o criminoso apresentar documento falso ao tentar renovar o visto boliviano, o que despertou alerta na Interpol.
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Segundo as autoridades, Tuta utilizava identidade falsa para viver no país andino. Ainda em 2023, ele foi condenado a 12 anos de prisão pelos crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro. A Interpol já o incluía na lista de Difusão Vermelha, o que intensificou os esforços internacionais para sua localização.
Além da condenação, ele é alvo de outros dois pedidos de prisão preventiva. Desde a operação Sharks, em 2020, Tuta estava foragido.
Designado por Marcola para liderar o PCC após a transferência dos chefes da facção para presídios federais, Tuta organizava operações de tráfico e lavagem de dinheiro. Conforme declarou a desembargadora Ivana David, ele mantinha conexões com países como Moçambique, Paraguai e Bolívia, usando o território boliviano como refúgio.
Segundo Ivana, a prisão é relevante, mas não desmantela o esquema do PCC. “O crime organizado funciona como uma empresa estruturada. A saída de um líder leva à ascensão de outro na hierarquia”, explicou.
Atualmente, Tuta permanece sob custódia das autoridades bolivianas. A expectativa é de que ele seja extraditado ao Brasil, embora isso ainda dependa dos trâmites legais e da possibilidade de expulsão por flagrante uso de documento falso.
