Durante o mês de maio, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) intensificou ações de capacitação sobre esporotricose em Natal. Os encontros atualizam profissionais das Unidades de Saúde da Família (USFs) Planície das Mangueiras, Soledade II, Felipe Camarão II e Pajuçara — locais de referência para o atendimento a pacientes com suspeita da doença.
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A esporotricose é uma zoonose causada pelo fungo Sporothrix, comum em ambientes com matéria orgânica em decomposição. A transmissão ocorre principalmente por meio de arranhões, mordidas ou lambidas de gatos infectados. Nos felinos, a doença é severa, enquanto em humanos costuma apresentar formas clínicas leves, tratáveis na Atenção Primária à Saúde (APS).
Profissionais mais preparados salvam vidas
De acordo com Aguinaldo Araújo, coordenador da Estratégia de Saúde da Família, a capacitação visa alinhar os fluxos de atendimento. “Casos simples de esporotricose podem ser resolvidos nas próprias unidades. Com servidores preparados, fortalecemos a resolutividade da APS em Natal”, explicou.
A infectologista Eveline Pipolo, do Instituto de Medicina Tropical (IMT-RN), ressalta a importância da identificação precoce. “Os sintomas se confundem com outras doenças. Por isso, é fundamental capacitar os profissionais da atenção básica”, destacou.
Em humanos, a doença causa lesões nos braços, pernas, rosto e mãos. Essas lesões começam como caroços vermelhos, que evoluem para feridas e nódulos dolorosos. A recomendação é procurar as USFs de referência diante desses sinais.
Já nos gatos, as lesões são ulceradas, com sangramentos e secreções, principalmente na face. Em 2025, a Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) realizou 245 exames citológicos, dos quais 135 testaram positivo para a doença.
Segundo a veterinária Dalila Gurgel, a UVZ oferece atendimento e exames de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. “Nosso objetivo é tratar precocemente os animais e interromper a cadeia de transmissão”, afirmou.
