A conta de luz deve subir acima da inflação em 2025, conforme projeção divulgada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A previsão é de um reajuste médio de 6,3%, enquanto a inflação acumulada nos últimos 12 meses ficou em 5,23%. O aumento preocupa consumidores e especialistas, já que o impacto recai diretamente sobre o orçamento das famílias.
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Conta de luz preocupa consumidores
No salão de beleza de Evaldo da Rocha Sparrenberger, em Porto Alegre, os equipamentos funcionam sem pausa. O secador de cabelo e o lavatório com água quente permanecem ligados durante todo o dia. O resultado foi uma conta de energia quase 100% mais cara nos últimos dois meses. “A gente se assusta porque não pode repassar para o cliente. Tem que trabalhar”, relatou o cabeleireiro.
Segundo a Aneel, parte da alta ocorre devido ao fundo setorial que cobre programas sociais, como o Luz para Todos, e a compensação de consumidores que utilizam painéis solares. Esse custo adicional já ultrapassa R$ 8,5 bilhões em relação ao previsto inicialmente.
Especialistas alertam para impacto nas famílias
O economista Everton Lopes explica que o aumento da conta de luz pode comprometer a renda familiar. “Todos os aumentos, seja de energia, gasolina ou alimentos, estão acima da inflação. As famílias terão que rever prioridades e cuidar mais do consumo”, afirmou.
Atualmente, a energia elétrica representa cerca de 4% dos gastos familiares. Assim, quando a tarifa sobe acima da inflação, pesa especialmente no orçamento das famílias de baixa renda.
Bandeiras tarifárias influenciam valor final
Outro fator de impacto são as bandeiras tarifárias. Em períodos de pouca chuva, o país precisa acionar usinas termelétricas, que geram energia mais cara. Nesse caso, entram em vigor as bandeiras:
Verde: sem custo adicional;
Amarela: R$ 1,88 por 100 kWh;
Vermelha Patamar 1: R$ 4,46 por 100 kWh;
Vermelha Patamar 2: R$ 7,87 por 100 kWh.
