Neste sábado (30), Dia Internacional das Pessoas Desaparecidas, famílias em busca de desaparecidos realizaram um ato nas escadarias da Catedral da Sé, em São Paulo. O encontro reuniu entidades, coletivos e instituições que lutam por memória, justiça e políticas públicas mais eficazes.
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Além disso, o evento marcou o lançamento do Movimento Nacional de Familiares de Pessoas Desaparecidas, que busca unir esforços de grupos e organizações em todo o país. A iniciativa pretende ampliar a visibilidade do tema e cobrar ações concretas do poder público.
Famílias em busca de desaparecidos pedem ações efetivas
Durante o ato, familiares seguravam cartazes e exibiam fotos de entes queridos desaparecidos. Dessa forma, eles reforçaram a necessidade de políticas consistentes e permanentes, que não dependam apenas de mudanças de governo.
Vera Lúcia Ranu, integrante do coletivo Mães em Luta, relembrou a história da filha, desaparecida há 33 anos, aos 13 anos de idade. “Na época, a polícia tratou como apenas mais um boletim de ocorrência. Até hoje sentimos que somos apenas números. Queremos investigações reais e compromisso das autoridades”, disse.
Ela destacou que, apesar de algumas leis conquistadas, ainda falta adesão dos estados ao Cadastro Nacional de Desaparecidos. Segundo Vera, São Paulo, por exemplo, não aderiu ao sistema.
Já Ivanise Esperidião, presidente e fundadora da Associação Mães da Sé, relembrou a luta iniciada após o desaparecimento de sua filha, em 1995. “Foram três meses procurando sozinha em hospitais e necrotérios. Hoje, a criação do Movimento Nacional fortalece laços e dá esperança a outras famílias”, afirmou.
Assim, os grupos Mães da Sé, Mães em Luta, União de Vítimas, Esperança da Rua, Instituto Mercia Nakashima, Abrace, Mães do Paraná e Instituto Giorgio Renan, entre outros, reafirmaram o compromisso de manter viva a memória dos desaparecidos e cobrar respostas do Estado.
