O presidente Jair Bolsonaro (PL) conversou nesta terça-feira (12) por chamada de vídeo com familiares do militante petista Marcelo Arruda, morto a tiros durante sua festa de aniversário no fim de semana, em Foz do Iguaçu (PR). Além disso, a equipe do governo organiza um encontro de Bolsonaro com a família do guarda municipal na próxima quinta-feira (14) no Palácio do Planalto, em Brasília.
A conversa desta terça-feira (12) foi viabilizada pelo deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), aliado do presidente. O parlamentar esteve em Foz do Iguaçu, segundo ele, a pedido de Bolsonaro. Parte da família de Marcelo Arruda, que era tesoureiro do PT, é bolsonarista.
Na chamada, Bolsonaro diz que nada justifica o assassinato e afirma que a “esquerda quer botar no meu colo” a ação de José Guaranho.
Segundo testemunhas, Arruda festejava com amigos e familiares na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi), quando o agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho invadiu o local de carro gritando “Bolsonaro” e “mito”. O homem, que estava armado, também teria ameaçado os convidados. A festa foi interrompida e os dois discutiram. Guaranho chegou a deixar o local, mas ameaçou voltar e atirar. Foi então que o petista buscou a arma funcional no carro e foi atingido por pelo menos dois tiros, no estacionamento.
Depois de baleado Arruda chegou a ser levado a um hospital próximo, mas não resistiu aos ferimentos. Ele deixa esposa e quatro filhos. O atirador foi baleado; informações iniciais apontavam que ele também havia morrido em decorrência do ferimento, mas, de acordo com a polícia, está vivo e com quadro estável. Marcelo Arruda, 50 anos, era guarda municipal há 28 e diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi). Nas eleições de 2020, foi candidato a vice-prefeito pelo PT, em Foz do Iguaçu.
A aproximação revela uma mudança de postura de Bolsonaro em relação ao caso. O presidente foi orientado a mudar o tom e a condenar o episódio sem ressalvas, sem fomentar a ideia de que o outro lado que é violento. A orientação no Palácio do Planalto veio de aliados coordenadores da campanha. No dia seguinte ao crime, o chefe do Executivo publicou mensagem nas redes sociais em que, sem fazer menção direta ao episódio nem se solidarizar com a vítima ou com familiares, disse dispensar “qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores”.
Já na manhã desta terça-feira apoiadores, disse que Guaranho foi alvo de pedradas no vidro do carro, criticou as pessoas que chutaram a cabeça dele e afirmou que, caso o bolsonarista morra, “esses petistas […] vão responder por homicídio”.
Fonte: SBT News
