Um potiguar, de 58 anos, foragido há 21 anos e que vivia como “fantasma” foi preso, na última semana, na cidade de Capanema, no Pará. Policiais civis da 20ª Delegacia de Polícia Civil (20ª DP de Macaíba), com apoio da Polícia Civil do Pará, prenderam um antigo membro remanescente do bando de Valdetário Carneiro, e que é acusado de um homicídio praticado no município de Caraúbas em 1 de junho de 2001. A prisão está inserida na “Operação Espectros”.
Após ser preso em 2001, o homem ainda conseguiu fugir da cadeia pública de Caraúbas. Além disso, antes de deixar a cidade, ele também foi apontado como autor de outro homicídio, agora contra o então atual companheiro de sua ex-mulher, por não ter aceitado o fim da relação enquanto estava preso. Desde então, após sua fuga, foi expedida ordem de prisão e ele passou à condição de foragido, com informações de que teria ido para o estado de São Paulo.
Foi observada a prisão de um empresário local com as mesmas características do fugitivo no estado do Pará, segundo a polícia. Ele foi preso por lavagem de dinheiro oriundo do contrabando de cigarros e do tráfico de drogas. Com isso, indícios colhidos pela equipe de policiais indicavam que, na verdade, seria o homem foragido do RN, que estava usando um documento falso. Posteriormente, foi submetido à comparação papiloscópica pelo Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP/RN) e, também, pelo Instituto Técnico de Perícia do Pará, ambos confirmando pelas digitais registradas e armazenadas no RN.
O suspeito foi autuado em flagrante pelo crime de falsidade ideológica e ficará à disposição do Poder Judiciário do Pará. A prisão preventiva dele também foi cumprida na mesma oportunidade e foi comunicada ao juiz da comarca de Caraúbas/RN, para o prosseguimento da ação penal e para dar início ao transporte do preso de volta ao RN, o que deverá ocorrer nos próximos dias.
Iniciada no ano de 2019, a “Operação Espectros”, que significa fantasmas, faz alusão ao modo de vida adotado pelos criminosos e suspeitos foragidos da justiça. Cientes das ordens de prisão, esses suspeitos e criminosos fugiram do território onde cometeram seus crimes e passaram a agir como “fantasmas” na sociedade, até mesmo com outros nomes, esquecendo e relegando toda a vida passada, objetivando não chamarem a atenção da Polícia ou de pessoas que pudessem reconhecê-los. A operação já permitiu prisões, ao longo desses quatro anos, em quase todos os estados do país.