As áreas controladas por milícias no Rio de Janeiro cresceram de maneira exponencial nos últimos 16 anos. Segundo dados divulgados pelo Instituto Fogo Cruzado, nesta terça-feira (13) as tropas já controlam quase metade do território (49,9%), passando de 52,60 km², em 2006, para 256,28 km², em 2021. A cifra representa um aumento de 387,3%.
Além da alta da milícia, também foi observado o crescimento da região metropolitana sob controle de algum grupo armado. Ao todo, dos 2.565,98 km² de área urbana habitada da Região Metropolitana do Rio, 8,7% estavam sob o controle armado entre 2006-2008. Hoje, pouco mais de 20% está sob o domínio de algum grupo, totalizando 513,86 km².
“O Comando Vermelho (CV) foi, durante muitos anos, o grupo armado com o maior domínio territorial e populacional, mas perdeu sua hegemonia territorial. A tendência foi de aumento, à exceção de alguns períodos mais recentes, que coincidem com a disputa nacional entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho pelo controle sobre rotas internacionais de tráfico de drogas e armas”, diz o relatório.
Isso mostra que, mesmo com um crescimento de 58,8% das áreas sob o domínio do Comando Vermelho, houve uma redução de 31,2% na participação da facção sobre o total das áreas controladas (de 58,6% para 40,3%).
O Terceiro Comando Puro (TPC), por sua vez, também aumentou a área de domínio em 110,8%, mas teve a participação total reduzida para 8,9%. No geral, o grupo armado ocupa mais da metade das áreas na Zona Oeste (57,55%). Já a ADA diminuiu em 65,1% a área de controle e hoje domina 1,1% dos espaços ocupados na Região Metropolitana.
Com isso, o Instituto Fogo Cruzado aponta que apenas a milícia expandiu o domínio territorial, vendo a participação no total de áreas dominadas por grupos armados crescer. “O crescimento dos espaços sob controle miliciano no último triênio representou uma adição de mais 73,47 km² na capital. Neste mesmo período, o TPC passou a dominar 3,13 km² e o CV e a ADA juntos perderam 9,64 km². Ou seja, as milícias avançaram sobre sub-bairros, favelas e/ou conjuntos habitacionais sem controle territorial anterior em no mínimo 86,9% das novas áreas.”
Fonte: SBT NEWS