Em reunião com ministros no Palácio do Planalto nesta 3ª (14.mar), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou a atenção dos ministros para que não seja anunciada publicamente nenhuma política pública que ainda não tenha passado pela Casa Civil, comandada por Rui Costa, e pela Presidência da República. De acordo com Lula, a medida mantém a unidade do governo e diminui as chances de serem prometidas políticas que não podem ser cumpridas.
Segundo Lula, o governo iria dizer aos ministros quais medidas foram anunciadas ao público, antes de passarem pela Casa Civil, em parte da reunião fechada à imprensa, e que isso “não pode se repetir”. No puxão de orelha, o presidente ainda disse que até mesmo “genialidade” que um ministro possa ter, não deve ser anunciada sem a anuência dele.
“Nós não queremos propostas de ministros. Todas as propostas de ministros deverão ser transformadas em propostas de governo e só serão transformadas em proposta de governo quando todo mundo souber o que vai ser decidido. Por isso que é importante toda e qualquer posição, qualquer genialidade que alguem possa ter, é importante que antes de anunciar, faça uma reunião com a Casa Civil, para que a Casa Civil discuta com a Presidência da República, para que a gente possa chamar o autor da genialidade pra anunciar publicamente, para que seja uma coisa do governo, para que esteja de acordo com os Ministérios, que esteja de acordo a Fazenda, com o Planejamento, porque assim é que a gente cria as condições motivadoras de todo mundo concordar com a política que foi anunciada”, disse.
Para Lula, a dinâmica é fundamental para que o governo tenha o controle financeiro dos programas, porque, para ele, é importante que o governo não prometa o que não pode cumprir.
“Eu queria que vocês tivessem certeza que, do ponto de vista da Presidência e da Casa Civil, vocês terão todo o apoio, combinando com o Haddad e com a Simone, que cuidam do caixa, para que a gente não erre, para que a gente não prometa o que não possa cumprir, para que a gente faça só o que está dentro da nossa possibilidade”, afirmou. E que “se tiver que arriscar alguma cosa, a gente tem que arriscar com viés de acerto acima de 80%, porque a gente não pode correr o risco de anunciar algo que não vai acontecer”.
SBT News