A Polícia Federal prendeu o hacker Walter Delgatti Neto, que ficou conhecido por invadir perfis do Telegram e divulgar mensagens de procuradores da Lava-Jato. A prisão ocorreu na terça-feira (28) em São Paulo e decorre do descumprimento de medidas impostas pela Justiça ao criminosos cibernético, que chegou a ficar preso preventivamente entre julho de 2019 e setembro de 2020.
Os investigadores apontam que Delgatti violou as condições impostas pela Justiça ao utilizar computadores e a Internet. A Polícia Federal encaminhou relatório ao Judiciário alertando que o hacker teria criado endereços eletrônicos e contas em sites de compras a fim de conseguir doações via Pix.
Os acessos, conforme os registros, ocorreram entre setembro e novembro de 2022. Há, ainda, informações de que o criminoso criou contas de backup em nuvem entre julho e dezembro do ano passado. A detenção foi avalizada pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília. O hacker já passou por audiência de custódia.
Para o Ministério Público Federal, “restou claro que Walter Delgatti Neto, além de não ter interrompido o seu acesso à internet, deixou propositalmente de atualizar seu endereço perante a Justiça Federal, tendo apenas deixado seu contato com um porteiro do edifício de onde se mudou há mais de três meses, sem informar outro endereço correto, o que evidentemente demonstra o intuito de se ocultar de eventual decisão judicial”.
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“Vaja-Jato”
Walter Delgatti Neto foi preso em julho de 2019, no âmbito da Operação Spoofing. A ação policial visou coibir a atuação de criminosos cibernéticos acusados de acessarem perfis privados e trocas de mensagens pessoais entre procuradores da Lava-Jato e o então juiz Sergio Moro, que atualmente é senador do Paraná pelo partido União Brasil.
Segundo os investigadores, ele foi o responsável por repassar o conteúdo das mensagens ao site The Intercept Brasil, que divulgou uma série de reportagens a respeito. O vazamento ficou conhecido como “Vaza-Jato”.
Após ser solto, em agosto do ano passado, Delgatti esteve reunido com membros da campanha do então candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). O objetivo do encontro era usar o hacker para testar a segurança das urnas eletrônicas.
Aos aliados do ex-presidente, ele teria dito que conseguiria, inclusive, hackear o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) confirmou na ocasião que se reuniu com o hacker.
SBT News