Durante a entrevista semanal Conversa com o Presidente desta terça-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu menos foco nas decisões dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Para ele, o país precisa “aprender” a respeitar as instituições.
“Eu, aliás, se eu pudesse dar um conselho, é o seguinte: a sociedade não tem que saber como é que vota um ministro da Suprema Corte. Sabe, eu acho que o cara tem que votar e ninguém precisa saber. Votou a maioria 5 a 4, 6 a 4, 3 a 2. Não precisa ninguém saber foi o Uchôa que votou, foi o Camilo que votou. Aí cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz”, afirmou.
Lula não citou nomes de ministros e nem defendeu expressamente que as votações sejam secretas, mas sugeriu uma discussão sobre o tema. “Para a gente não criar animosidade, eu acho que era preciso começar a pensar se não é o jeito da gente mudar o que está acontecendo no Brasil”, disse.
A fala ocorre depois de pressões sofridas pelo ministro Cristiano Zanin, ex-advogado de Lula, que assumiu recentemente vaga no Supremo. Zanin foi duramente criticado por militantes e políticos de esquerda, depois de votações consideradas “conservadoras” em matérias como a descriminalização da maconha e o preconceito contra LGBT+.
As decisões de Zanin aumentaram a pressão para que Lula defina um nome mais ligado às pautas da esquerda para a vaga da ministra Rosa Weber, que vai se aposentar em 2 de outubro.
Lula tem sido pressionado para indicar uma mulher negra para o lugar de Weber, mas por enquanto os mais cotados são homens, como o atual Advogado-Geral da União, Jorge Messias.
Hostilidade contra Moraes
Outro magistrado do Supremo que está na mira da opinião pública é o ministro Alexandre de Moraes, que se tornou um dos principais algozes do bolsonarismo. Nesta 2ª feira (4.set), a Polícia Federal recebeu imagens de uma suposta agressão sofrida pelo ministro em Roma.
“Genocida”
O assunto Supremo Tribunal veio à tona quando Lula criticou o ex-presidente Bolsonaro na entrevista. Sem mencionar o nome dele, Lula chamou o ex-presidente de “genocida” e defendeu o julgamento pelas ações durante a pandemia.
“Que ele tenha o direito à presunção de inocência em todos os processos, mas não dá para deixar esse cidadão passar sem uma investigação correta”. “Um cidadão (Bolsonaro) que não tem coragem de passar a faixa, um cidadão que se esconde por que tava prevendo um golpe”, criticou.]
SBT News
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