Nos últimos dias, uma onda de calor afetou boa parte do território brasileiro, o que leva a necessidade de atenção redobrada para um grupo específico: os indivíduos portadores de doenças cardiovasculares, como pressão alta.
O aumento da temperatura ambiental tem um impacto direto no organismo, que também se aquece. Em resposta, o sistema nervoso desencadeia uma série de medidas de emergência.
Primeiramente, ocorre um aumento na transpiração, resultando na liberação de suor pela pele. Em seguida, há um relaxamento e dilatação dos vasos sanguíneos mais superficiais, visando dissipar o calor para o ambiente externo.
Essas ações têm como objetivo regular a temperatura corporal, mantendo-a dentro da faixa normal entre 35,5 e 37,5 ºC, e geralmente são eficazes na maioria dos casos. Entretanto, em condições extremas de calor, as estratégias mencionadas podem não ser suficientes ou até mesmo prejudiciais.
Nestes casos, o calor excessivo pode sobrecarregar o sistema de regulação térmica do corpo, resultando na pressão alta e, em alguns casos, em desconforto, tontura e até mesmo desmaios.
Estudos conduzidos por pesquisadores das universidades de Adelaide e Sydney, na Austrália, indicam que a exposição prolongada a temperaturas elevadas está associada a um aumento de 11,7% no risco de mortalidade, sendo as doenças cardiovasculares a principal causa de óbito nesse contexto.
Os cientistas alertam que o risco é ainda maior para mulheres, indivíduos com mais de 65 anos, residentes em regiões tropicais ou em países menos desenvolvidos.
Além de crianças pequenas e idosos, pessoas com pressão alta, diabetes, arritmias cardíacas e insuficiência cardíaca constituem um grupo especialmente vulnerável, pois estão mais suscetíveis aos efeitos adversos do calor intenso na saúde.