A FIFA divulgou nesta quinta-feira (16) uma série de medidas esportivas destinadas a combater crimes racistas no futebol. A organização exigirá que todas as 211 federações associadas incluam regulamentações específicas em seus códigos disciplinares para caracterizar tais infrações, com sanções esportivas apropriadas.
Essa decisão foi tomada após meses de consulta com jogadores que foram vítimas desse tipo de abuso, como o brasileiro Vinícius Júnior.
Além disso, a FIFA propôs um “gesto padrão global” para que os jogadores possam relatar incidentes racistas aos árbitros: cruzar os pulsos e levantá-los no ar. A intenção é que esse gesto seja reconhecido pelos árbitros como um sinal para iniciar um procedimento de três etapas: interromper o jogo e fazer anúncios no estádio, retirar as equipes do campo e, finalmente, abandonar a partida.
Esse protocolo de três fases deverá ser implementado em todas as 211 federações, conforme indicado pela entidade. O gesto de mãos cruzadas foi inicialmente apresentado pela atleta norte-americana Raven Saunders, que o utilizou no pódio das Olimpíadas de Tóquio, em 2021, após ganhar a prata no arremesso de peso feminino.
Na sexta-feira, a FIFA apresentará às federações um compromisso de cinco pilares contra o racismo, durante sua reunião anual em Bangcoc, na Tailândia. Gianni Infantino, presidente da FIFA, prometeu meses atrás uma proposta global e buscou a opinião do brasileiro Vinícius Júnior, frequentemente alvo de abusos racistas na Espanha, durante jogos pelo Real Madrid.
“É hora de o futebol se unir e se comprometer inequivocamente como uma comunidade global para enfrentar o racismo no esporte”, declarou a FIFA em uma carta dirigida às federações associadas. A entidade também pretende criar um painel de jogadores para “monitorar e aconselhar sobre a implementação dessas ações em nível mundial”.