O cantor Emival Eterno da Costa, conhecido como Leonardo, foi incluído pelo Ministério do Trabalho na “lista suja” do trabalho escravo. O documento, divulgado na segunda-feira (7), mostra que seis trabalhadores foram encontrados em condições análogas à escravidão na Fazenda Talismã – pertencente ao músico –, localizada em Jussara (GO).
A propriedade é avaliada em R$ 60 milhões e possui como principal atividade a pecuária bovina. Ao todo, são 5 mil cabeças de gado, disponíveis para recria e venda em leilões. O local, que recebe o nome de um dos maiores sucessos dos anos 90 da dupla Leandro & Leonardo, é considerado luxuoso, tendo uma mansão, lago e igreja.
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Segundo o Ministério do Trabalho, a fiscalização foi feita no início do ano. Já a inclusão de Leonardo na lista aconteceu apenas agora, já que o procedimento “ocorre após a conclusão do processo administrativo que julga o auto específico de trabalho escravo, resultando em uma decisão administrativa irrecorrível de procedência”.
Leonardo se pronunciou em vídeo publicado nas redes sociais, dizendo que não tinha responsabilidade sobre os trabalhos encontrados no local. O sertanejo afirmou que a área da fazenda onde os funcionários foram encontrados estava arrendada para terceiros e que não tinha conhecimento das condições dos trabalhadores.
“Em 2022, eu arrendei uma fazenda para que o arrendatário plantasse soja, milho, o que ele quisesse. Nisso, surgiram uns funcionários lá na fazenda que eu arrendei, que eu não conheço, nunca vi”, disse o músico. “Eu já plantei tomate, eu sei como que é, a vida é difícil lá. No meu coração, eu jamais faria isso”, acrescentou.
Leonardo disse ainda que pagou a multa e que o caso foi encerrado. “Eu acho que há um equívoco muito grande sobre a minha pessoa. O Brasil inteiro me conhece e sabe a pessoa que eu sou, da idoneidade que eu tenho. Eu não me misturo nessa lista que eles fizeram de trabalho escravo, eu sou completamente contra essa coisa”, afirmou o cantor.
“Lista suja”
A chamada “Lista Suja” visa dar transparência às ações fiscais de combate ao trabalho análogo à escravidão. As operações são coordenadas por auditores-fiscais do trabalho do Ministério do Trabalho, que podem contar com a participação de outras forças, como Defensoria Pública, Ministério Público Federal e Polícia Federal.
Durante inspeção, são lavrados autos de infração para cada irregularidade trabalhista encontrada. Cada auto gera um processo administrativo e, durante o processamento dos autos de infração, são assegurados aos autuados garantias processuais constitucionais, como o contraditório e a ampla defesa em duas instâncias administrativas.
A lista é atualizada semestralmente. Além de Leonardo, foram incluídos outros 175 empregadores, sendo 20 deles por práticas de trabalho análogo à escravidão no âmbito doméstico. Entre as atividades econômicas com maior número de inclusões estão a produção de carvão vegetal, a criação de bovinos e a extração de minerais.
Fonte: SBT NEWS.